Temendo futuros cortes nos orçamentos nacionais, principalmente nos Estados Unidos, a União Européia recomendou nesta semana que a iniciativa privada providencie boa parte dos US$ 100 bilhões por ano em ajuda climática prometidos na Conferência do Clima de Cancún (COP 16).
“Muitas economias irão passar por sérias restrições no orçamento nos próximos anos, assim ficará muito difícil levantar a quantia necessária contando apenas com recursos públicos. Precisamos de novas fontes, em especial da iniciativa privada e dos mercados de carbono”, explicou Olli Rehn, comissário europeu para Economia e Assuntos Monetários.
Além de estar se referindo à crise em alguns países europeus, como Portugal e Grécia, Rehn também prevê uma redução na participação dos Estados Unidos e do Japão no Fundo.
O presidente Barack Obama nesta semana teve que abrir mão de US$ 38,5 bilhões do orçamento para conseguir um acordo com os republicanos, caso contrário o país ficaria completamente paralisado.
Já o Japão sofre com as consequências do terremoto seguido de tsunami e com a crise nuclear, dessa forma dificilmente irá contribuir para o Fundo.
De acordo com um relatório divulgado durante a rodada de negociações de Bangcoc, os países mais pobres e vulneráveis com certeza não conseguirão lidar com as mudanças climáticas se não contarem com o financiamento estrangeiro.
A União Européia já assumiu o compromisso de entrar com US$ 30 bilhões para o Fundo Climático.
*Publicado originalmente no site do CarbonoBrasil.