Não tenho dúvidas de que a reivindicação dos professores das universidades federais, em greve há quase dois meses por aumento de salários, é justa. Dificilmente uma carreira tão estratégica para o desenvolvimento do país – afinal, são professores que formam professores – será atrativa com salários nesse nível.
O que me incomoda, porém, é que o debate não analise outros modos de dar mais dinheiro às universidades, além do imposto. Por que não ter coragem e abrir o debate sobre se é justo a universidade ser gratuita?
Há um fato: o brasileiro já paga mais de quatro meses por ano de imposto e recebe muito pouco de volta. Outro fato: a elite brasileira estuda em universidades públicas, mas fez escolas privadas caras. Por que não cobrar mensalidade e garantir bolsa aos mais pobres?
Querem que o governo tire dinheiro do ensino básico, onde estão os pobres, para colocar mais dinheiro no ensino superior? Querem tirar do Ministério da Saúde? Ou querem que o governo aumente mais os impostos?
A verdade é que não sabemos nem mesmo quanto as universidades desperdiçam por má gestão.
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Se tem um assunto que vai tirar o sono do candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, é a questão das federais, ainda mais porque vemos o atraso das obras. É o custo de usar mais critérios eleitorais do que técnicos.
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Uma dica: surgem cada vez mais aulas traduzidas para o português das melhores universidades norte-americanas. Todos os estudantes e professores deveriam usar essa material gratuito. Veja a lista de aulas aqui.
* Gilberto Dimenstein é colunista e membro do Conselho Editorial da Folha de S.Paulo, comentarista da rádio CBN, e fundador da Associação Cidade Escola Aprendiz.
** Publicado originalmente no site Portal Aprendiz.