Segundo o governo da Nova Zelândia, o vazamento de petróleo de um container perfurado na Baía Plenty já matou 1.250 aves e centenas estão em centros de resgate. Todavia, conservacionistas alegam que os números são muito maiores, com grande parte das aves contaminadas simplesmente desaparecendo no oceano.
“O número de aves sendo encontradas nas praias será uma proporção muito pequena dos pássaros que estão sendo afetados”, explicou Karen Baird, ativista de conservação das aves marinhas da ONG Forest & Birds.
“Muitas aves cobertas de óleo simplesmente afundarão no mar e algumas das menos atingidas voarão de volta para suas colônias”.
Após bater contra um recife, o navio MV Rena, liberou 350 toneladas de óleo na Baía de Plenty, poluindo várias das praias favoritas dos neozelandeses e devastando com a vida selvagem da área.
Baird alertou que o desastre pode prejudicar e matar aves marinhas filhotes e adultas. Já que a área está na estação de acasalamento, as aves adultas podem estar levando óleo para os ninhos. Muitas também devem morrer de fome quando os pais não voltarem.
“Entre as aves mortas estão números significativos (68) de Puffinus bulleri, pois procriam apenas nas Ilhas Poor Knights, ao norte de Auckland. Isto demonstra que a zona de impacto do desastre já se espalhou além da Baía Plenty”, completou Baird.
Conservacionistas também alertam que o vazamento pode impactar baleias, golfinhos, peixes e focas. Até agora cinco focas foram acolhidas pelos centros de resgate.
O ministro do Meio Ambiente Nick Smith já nomeou o vazamento como o pior desastre ambiental do país. Mas isto ainda pode não ter acabado: o navio ainda contem 1.400 toneladas de óleo que pode vazar se a embarcação se quebrar no recife. Uma equipe está atualmente bombeando o restante do óleo do navio antes que isto aconteça.
Kevin Hackwell, também da Forest & Bird, disse que o vazamento deve fazer o governo neozelandês reconsiderar seus planos de exploração de petróleo em alto mar.
“O desastre do Rena levanta dúvidas sérias sobre o nosso nível de preparação para um vazamento em qualquer local das nossas águas”, enfatizou.
Tradução: Fernanda B. Muller.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.