Verba repassada pelo governo federal para Educação na Amazônia se perde em irregularidades

A Agência Pública analisou relatórios de auditorias da CGU (Controladaria-Geral da União) e detectou 619 irregularidades em 32 cidades nos estados da região Norte entre 2010 e 2011.

Infográficos: Scarlett e Cardume/Agência Pública

 

A base para o desenvolvimento de um país é sem dúvida a Educação. Outros fatores também importantes, como investimentos em saúde pública e incentivos econômicos, contribuem para que um povo cresça sustentavelmente, porém, não são suficientes para formar cidadãos críticos que participem efetivamente do debate de questões imprescindíveis para o crescimento de uma nação.

O Ministério da Educação gastou R$ 15,2 bilhões em repasses aos municípios em 2011 para melhorar a educação básica, mas em muitas regiões os investimentos estão sendo desperdiçados. A Amazônia brasileira é um exemplo da falta de controle desses recursos.

Dados divulgados pela Agência Pública neste mês, a partir da análise de relatórios de auditorias da CGU (Controladoria-Geral da União), em 32 cidades nos estados da região Norte entre 2010 e 2011, indicam 619 irregularidades, resultado de uma média de quase 20 por município.

Do total de problemas detectados, quase 40% se referem à má gestão; cerca de 30% indicam despesas irregulares (que podem ser fraudes em licitação e superfaturamento, por exemplo); e 17% apontam ausência de prestação de contas – um forte indício de corrupção.

O cenário exposto acima afeta diretamente a eficácia da educação na região. A primeira reportagem da série especial da Agência Pública destaca dados preocupantes. Todos os Estados da região, por exemplo, se encontram abaixo da nota média do Brasil no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) da primeira etapa do Ensino Fundamental (1ª a 4ª séries).

De acordo com o repórter Fabiano Angélico, da Agência Pública, o centralismo exagerado das ações nas mãos dos prefeitos, a falta de critérios objetivos na definição das ações e despesas das Prefeituras com Educação e, é claro, a falta de controle social, que é gritante na região norte, favorecem a atual situação na Amazônia.

Para acessar na íntegra a segunda reportagem da Série “O futuro da Amazônia”, inaugurada pela Agência Pública, clique aqui.

* Com informações da Agência Pública.