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Cinco fatos importantes sobre dessalinização

Por Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) – 

Cada vez mais pessoas dependem de água dessalinizada para beber, cozinhar e lavar, especialmente em áreas onde água é um recurso escasso.

A dessalinização envolve a remoção do sal da água do mar e sua filtragem para produzir água potável de qualidade. No entanto, o processo consome muita energia e os combustíveis fósseis comumente usados ​​contribuem para o aquecimento global, e a salmoura tóxica que produz polui os ecossistemas costeiros.

Embora seja possível alimentar as usinas de dessalinização com fontes de energia de baixo carbono para reduzir as emissões, a descarga de salmoura tóxica dessas usinas no oceano é um problema mais desafiador.

“Novas tecnologias estão sendo desenvolvidas para enfrentar esses problemas, mas, enquanto isso, é importante aumentar a conscientização sobre os impactos da dessalinização”, diz Birguy Lamizana, especialista em águas residuais do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Aqui estão as cinco coisas que devemos saber sobre a dessalinização:
  1. É um negócio em expansão. Um estudo das Nações Unidas de 2018 diz que atualmente existem quase 16.000 usinas de dessalinização operando em 177 países, produzindo um volume de água doce equivalente a quase metade do fluxo médio das Cataratas do Niágara.
  2. Vários países, como Bahamas, Maldivas e Malta, atendem a todas suas necessidades de água através do processo de dessalinização. A Arábia Saudita (34 milhões de habitantes) obtém cerca de 50% de sua água potável por meio da dessalinização.
  3. Na maioria dos processos de dessalinização, para cada litro de água potável produzido, são criados cerca de 1,5 litros de líquido poluído com cloro e cobre. Esta água residual (conhecida como “concentrado”) é duas vezes mais salina do que a água do oceano. Se não for devidamente diluída e dispersa, pode formar uma densa nuvem de salmoura tóxica que, se não for tratada, pode degradar os ecossistemas costeiros e marinhos. O aumento da salinidade e da temperatura pode causar uma diminuição do conteúdo de oxigênio dissolvido e contribuir para a formação de “zonas mortas”, onde muito poucos animais marinhos podem viver.
  4. Recursos hídricos não convencionais, tais como os resultantes da dessalinização, são fundamentais para apoiar o Objetivo 6 de Desenvolvimento Sustentável (assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos). A dessalinização da água do mar pode expandir o abastecimento de água além de sua disponibilidade por meio do ciclo hidrológico, mas requer inovação no gerenciamento e descarte da água salgada. Pesquisas sugerem que também existem oportunidades econômicas associadas à salmoura, tais como sal comercial, recuperação de metais e o uso de salmoura em sistemas de produção de peixes.
  5. Na última década, houve um aumento do interesse acadêmico na recuperação de recursos da salmoura, de acordo com um estudo de 2019. A água do mar contém inúmeros minerais, alguns dos quais são raros e caros para serem extraídos em terra. Embora a extração de materiais da salmoura seja possível, seu alto custo restringe a comercialização.

Globalmente, 80% das águas residuais – seja a salmoura tóxica gerada pela dessalinização ou outros tipos de resíduos – acabam em mares, rios, lagos e pântanos. No âmbito do Programa de Ação Global para a Proteção do Meio Ambiente Marinho de Atividades Terrestres, o PNUMA está trabalhando para previnir a degradação de atividades terrestres, como a operação de usinas de dessalinização. O Programa Global também hospeda e atua como o secretariado da Iniciativa Global de Águas Residuais.

Em março de 2019, a Assembleia do Meio Ambiente das Nações Unidas adotou uma resolução sobre esse desafio.

Proteger e restaurar os ecossistemas dos impactos da poluição da água, do ar e de outras fontes é um princípio fundamental da Década da ONU de Restauração de Ecossistemas 2021-2030 e da Década da ONU da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030).

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