Por Leo Cesar Melo* –
Nosso planeta está regado por este recurso hídrico essencial, contudo, segundo dados da UNESCO de 2024, mais de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo não têm acesso a água potável e 3,5 bilhões não dispõem de sistemas de saneamento seguros. O território brasileiro, por exemplo, possui cerca de 12% da água doce do planeta, porém, o mau uso dificulta ainda mais a distribuição dos recursos, de forma que 33 milhões de seus habitantes ainda sofrem sem acesso a água potável, como divulgado pelo Instituto Trata Brasil no último ano.
E de que forma podemos cuidar?
Com esse cenário, é essencial pensar em reuso, otimização e tratamento de recursos hídricos, como soluções eficazes para enfrentar esse grande desafio em diferentes setores, seja industrial, agrícola, em portos e aeroportos, em residências, entre outros. Para isso, é necessário atentar-se para toda a gestão e operação dos sistemas de água, o planejamento e a adoção de tecnologias que racionalizem o uso e colaborem com formas de otimizar os processos para exigir cada vez menos das fontes naturais.
O tratamento da água também é um fator fundamental que soluciona o problema da poluição dos rios, principalmente em grandes centros urbanos. Com bons sistemas de esgoto, descarte adequado de resíduos e tratamento eficaz, é possível garantir que essas fontes se mantenham limpas e saudáveis. Para despoluição, o mundo tem evoluído com técnicas de dragagem, gradeamento, flotação e até mesmo soluções nucleares ou baseadas na natureza.
Iniciativas positivas
Recentemente, em São Paulo, um dos principais rios do País, o Pinheiros, tem sido um exemplo dos trabalhos de despoluição e que também conta com técnicas de ligação e afastamento de esgoto. Nos últimos anos, os investimentos foram direcionados para a ligação de 650 mil imóveis à rede de esgoto, o tratamento de córregos da bacia do Pinheiros e o desassoreamento do leito do rio. Esse processo reforça como é possível levar nossas atenções para esse problema enfrentado por diversas regiões.
Recentemente, também acompanhamos os esforços em Paris, com a despoluição do Rio Sena. Nesse trabalho, contaram com o tratamento de águas pluviais, afastamento dos esgotos, além do uso de “jardins filtrantes”, que utilizam plantas aquáticas para separar as impurezas da água.
Esforço coletivo para a preservação
A conservação dos recursos hídricos de forma sustentável depende de um esforço coletivo, com investimentos e colaboração não só entre governo e setores privados, mas também com a conscientização de toda a comunidade para recuperação do meio ambiente. Esse cuidado precisa ser cada vez mais incentivado e fomentado em diferentes instâncias, para que, diariamente, redobremos nossa atenção com a manutenção da nossa vida e de ecossistemas, garantindo assim um futuro de qualidade para todos.
Leo Cesar Melo é CEO da Allonda, empresa especializada em soluções sustentáveis para a indústria e o setor de infraestrutura.