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Pequenos produtores rurais recuperam nascentes de água em Castelo (ES)

Preservação é fundamental para garantir a qualidade da água e diminuir os impactos causados pela estiagem no Estado.

Por Redação da Envolverde*

Vitória, 23 de janeiro de 2017 – No período em que o Espírito Santo enfrenta uma das maiores estiagens, com córregos e mananciais cada vez mais secos, uma iniciativa tem apresentado ótimos resultados no município de Castelo, na região Sul do Estado, melhorando a qualidade de vida das famílias envolvidas, por meio da proteção às fontes hídricas. É o Projeto Recuperação de Nascentes, realizado pela Sociedade Amigos do Vale do Castelo (SAVAC), em parceria com o Instituto EDP, que coordena as ações socioambientais do Grupo EDP.

O projeto encerrou 2016 com o engajamento de 40 famílias produtoras rurais das comunidades de Ponte São João, Pontões, Jabuticabeira, Morro Vênus, Pati, Conquista e Brejaúba, que residem em regiões próximas às nascentes dos rios da região de Castelo, para a conservação e proteção dos mananciais.

Com o patrocínio da EDP, por meio da empresa responsável pelas usinas hidrelétricas no Estado, e apoio do Instituto EDP, o projeto contemplou a realização de palestras a respeito da exploração consciente das fontes hídricas e contou com o apoio da equipe técnica para fazer o cercamento das nascentes, ação determinante para a preservação dos locais, de modo a evitar a contaminação e os impactos negativos causados por animais. Para isso, foram doados aos produtores rurais equipamentos como mourões, arame e grampos de cerca.

Com foco na qualidade de vida da população local, as famílias também foram beneficiadas com a doação de filtros purificadores de água domiciliar.

“Além da preservação das áreas, realizada por meio de um trabalho conjunto com as famílias, o projeto deixa um legado de sensibilização com a comunidade, principalmente com os jovens, importantes multiplicadores do conhecimento na construção de um futuro mais sustentável e com a qualidade de vida que desejamos”, afirma Luis Carlos Gouveia, diretor do Instituto EDP.

José Renato de Oliveira Pin, biólogo e diretor-executivo da SAVAC, alerta que as nascentes, quando não protegidas, tendem a diminuir significativamente a sua vazão de água, podendo até desaparecer. Foi o que aconteceu na Fazenda Bezengano, na comunidade rural de Morro Vênus, onde Carla Jéssica Ferreira de Jesus mora há seis anos com os pais, José Carlos de Jesus e Maria Isabel de Jesus, produtores de café.

De acordo com Carla, se não fosse o projeto, as nascentes que estão na propriedade já teriam secado. “No ano passado, precisamos utilizar água do poço e até do rio, que não é própria para consumo. Agora voltamos a ter as nascentes, que são fontes de água para o homem do campo. Aprendemos com as dificuldades e não vamos mais deixar de preservá-las ”, diz.

“Com orientação e pequenas mudanças, podemos gerar grandes transformações”, completa Carla, que já abriu sua propriedade para que alunos da Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental “Cecilia Desthefani Secchin”, pudessem conhecer a nascente e aprender mais sobre preservação.

Também ao longo do ano passado foram realizadas diversas visitas às propriedades e palestras com moradores e alunos das comunidades envolvidas. Todas as 40 nascentes em Castelo já estão georreferenciadas e o projeto segue agora para a fase de monitoramento e acompanhamento dos níveis de sucessão ecológica natural. (#Envolverde)

* Com informações da EDP.