Empresas

Sustentabilidade transformará mercado empresarial até 2050

Itau promove debate sobre Sustentabilidade e Inovação. Foto: Katherine Rivas
Itau promove debate sobre Sustentabilidade e Inovação. Foto: Katherine Rivas

Por Katherine Rivas, da Envolverde –

Itaú apresenta modelos de Economia Inclusiva na Conferência Ethos 2016.

Especialistas definem a sustentabilidade como a nova aposta de inovação do mercado atual. O olhar das empresas está mudando e a agenda principal é a procura de soluções frente às mudanças climáticas.

Superintendente de Sustentabilidade e Negócios Inclusivos do Itaú, Denise Hills, levou esta temática ao debate no painel “Modelos inovadores para uma Economia Inclusiva”, realizado durante a Conferência Ethos.  Junto ao engenheiro florestal Tasso Azevedo e à Annelise Vendramini, coordenadora do programa de Pesquisa em Finanças do Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV, apresentou ao público o papel da Sustentabilidade no empreendedorismo atual.

Para os especialistas, o dilema surge na hora de tomar decisões, no entanto, muita coisa mudou na sociedade.  Governo, academia e sociedade civil estão unindo esforços em favor da proteção ambiental. Tasso Azevedo define estas externalidades como um cenário de mudanças que surgem desde a ratificação do Acordo de Paris, no dia 12 de setembro. Falar de sustentabilidade no passado era um freio de mão, mas hoje tem uma conotação diferente. “Se a gente olhar para a história os fatores que geraram transformação foram guerras e dinheiro, e hoje são mudanças climáticas. Eu acho que estamos vivendo o primeiro passo da agenda. Setores como energia e agropecuária estão procurando inovação para reduzir emissões”, afirma.

Esta inovação surge de uma economia de baixo carbono. Segundo Anelisse Vendramini, o desafio está no uso da indústria 4.0 em favor do cuidado ambiental. Mas o Brasil, país de potencial forte para economias de baixo carbono, ainda está estagnado. A expectativa é integrar a tecnologia com o plano de emissão zero e a energia renovável.

Quem vai pagar a conta?

Um dos questionamentos do setor é o financiamento de iniciativas sustentáveis.  Tecnologias novas ainda desconhecidas, às vezes são enxergadas como risco para o mercado gerando desafios, porém, Denise Hils acredita que o cenário mudará rapidamente.

Estas questões geram um risco para os investidores que oscilam na decisão de fornecer ou não crédito. Programas de emissões fazem parte deste contexto e tem acelerado o processo desde a COP 21. Denise explicou que o Chile já conta com um programa de precificação de emissões com início marcado para 2018. Ela acredita que isso motivará o Brasil a participar em breve do sistema de regulamentação.

A especialista explica que não existe mais a possibilidade de ser uma grande empresa e não ter uma visão clara sobre sustentabilidade. Já Anelisse, aponta que em alguns anos para financiar o trabalho sustentável os recursos públicos não serão suficientes e serão necessários outros caminhos para mobilizar o setor privado.

A Receita do Bolo

A meta principal para o mercado, desde 12 de setembro, é contribuir com a emissão zero até o ano 2050. Azevedo ressalta o investimento em energia renovável e eletrificação e qualifica o Brasil como o único capaz na América Latina de fazer essa transição rapidamente.

Em relação ao lixo, ele considera a redução do volumem atual, em 50%, como uma estratégia chave assim como a economia circular. Para a Agropecuária, Azevedo recomenda optar pelo consumo de proteínas de baixa emissão, como peixe, frango e vegetais.

O engenheiro florestal aponta que não devemos depender de projetos hidroelétricos nem nucleares, mas pensar na eletrificação desde uma perspectiva sem riscos e custos elevados. Para ele nos próximos 15 anos a energia solar será a mais poderosa do mercado e não terá concorrência significativa. (#Envolverde)