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Instituto Moreira Salles lança podcast sobre o Parque Indígena do Xingu, que completa 60 anos

Com 5 episódios, o programa estará disponível a partir de 14 de abril, em diversas plataformas  

Primeira grande terra indígena demarcada no Brasil, o Parque Indígena do Xingu completa 60 anos no dia 14 de abril (quarta-feira). Para relembrar a história de sua fundação e apontar as lutas e os desafios de hoje, o Instituto Moreira Salles lança, na data da efeméride (14/4), o podcast Xingu: terra marcada. Os cinco episódios do programa estarão disponíveis no site da Rádio Batuta, a rádio de internet do IMS, no Spotify, na Apple Podcasts e em outras plataformas de podcasts.

Orlando Villas-Bôas em aldeia de indígenas Jurunas, década de 1950. Parque Indígena do Xingu – MT. Crédito: Henri Ballot/ Acervo Instituto Moreira Salles;

A série é produzida pela mesma equipe do podcast Sertões: histórias de Canudos, lançado em 2019 e eleito um dos melhores daquele ano pelo Spotify e pela Apple. A concepção, a apresentação e o roteiro são de Guilherme Freitas, editor-assistente da revista serrote. O programa parte das imagens do Xingu presentes no acervo do Instituto Moreira Salles, que abriga arquivos de quatro fotógrafos que estiveram na região a partir da década de 1940: Alice Brill, Henri Ballot, José Medeiros e Maureen Bisilliat.

Indígenas Camaiurás, 1952. Parque Indígena do Xingu – MT. Crédito: José Medeiros/ Acervo Instituto Moreira Salles.

Os episódios trazem também entrevistas com antropólogos, pesquisadores e líderes indígenas, mostrando a perspectiva dos povos xinguanos sobre a trajetória do parque e a situação atual dos indígenas. Entre os participantes, estão o ambientalista Ailton Krenak, os líderes xinguanos Tapi Yawalapiti e Ianukula Kaiabi Suiá, os antropólogos Carlos Fausto e Olympio Serra, o indigenista André Villas-Bôas, a fotógrafa Maureen Bisilliat e a curadora Naine Terena. As entrevistas no Xingu foram feitas pelos cineastas Kamikia Kisedje e Takumã Kuikuro, seguindo todos os protocolos de prevenção da covid-19.

Reunindo diferentes vozes, a série retrata as lutas dos moradores da terra indígena, desde a campanha pela demarcação até os dias de hoje, como ressalta Freitas: “No momento em que o parque chega aos 60 anos, os povos xinguanos enfrentam uma combinação de ameaças: da covid-19 às queimadas, da devastação provocada pelo agronegócio ao desmonte das políticas indigenistas pelo governo federal. Ainda assim, continuam a ser exemplo de preservação da Amazônia e referência na luta por direitos indígenas.”

O primeiro episódio aborda a situação atual do parque, dos desafios impostos pela pandemia aos embates políticos com o governo. O segundo narra a história da campanha pela demarcação, a partir da década de 1940. No terceiro capítulo, o programa traz uma reflexão sobre as representações imagéticas dos povos que habitam a reserva, das imagens feitas por fotógrafos brancos às produções de uma nova geração de comunicadores indígenas. O penúltimo aborda como o parque foi modelo para os avanços nas políticas indigenistas na Constituição de 1988. O podcast encerra com um episódio sobre as novas gerações de líderes xinguanos.

De madrugada, o primeiro banho das mulheres na lagoa, c. 1975. Parque Indígena do Xingu – MT Crédito: Maureen Bisilliat/ Acervo Instituto Moreira Salles.

Serviço

Podcast Xingu: terra marcada

Lançamento: 14 de abril

O programa estará disponível na Rádio Batuta, no Spotify, na Apple Podcasts e em outras plataformas de podcasts.
Aviso: Devido ao recrudescimento da pandemia de covid-19, seguindo as instruções das autoridades sanitárias, os três centros culturais do IMS, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Poços de Caldas, estão fechados por tempo indeterminado. Acompanhe mais informações e a programação virtual no site.

Legenda e crédito das imagens: Orlando Villas-Bôas em aldeia de indígenas Jurunas, década de 1950. Parque Indígena do Xingu – MT. Crédito: Henri Ballot/ Acervo Instituto Moreira Salles;

Indígenas Camaiurás, 1952. Parque Indígena do Xingu – MT. Crédito: José Medeiros/ Acervo Instituto Moreira Salles.

De madrugada, o primeiro banho das mulheres na lagoa, c. 1975. Parque Indígena do Xingu – MT
Crédito: Maureen Bisilliat/ Acervo Instituto Moreira Salles.