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Nelson Falcão, diretor sênior de vendas da Nextracker, fala sobre mercado de energias limpas e renováveis

por Beatriz Mirelle, Da Redação* – 

Esta matéria faz parte do PEPE (Programa Envolverde de Parcerias Estudantis) –

Engenheiro elétrico explica aumento de investimentos e os benefícios das fontes verdes

O Diálogos Envolverde recebeu, na última quinta-feira (29), o engenheiro elétrico Nelson Falcão, diretor sênior de vendas da Nextracker, empresa especializada em transição energética renovável. Formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, ele esteve na live “A tecnologia impulsiona as energias renováveis no Brasil” mediada pelos jornalistas Dal Marcondes e Reinaldo Canto.

Nelson Falcão é membro do conselho de administração da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica). Foto: Divulgação/Envolverde

O especialista é membro do conselho de administração da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica). Na transmissão, falou de temas como a Cúpula do Clima, a produção de plantas solares, o aumento das negociações voltadas ao mercado de energias limpas. “Apesar de ser algo novo, os mecanismos de investimento na indústria solar amadurecem cada vez mais nessa área. O futuro dela é consolidado aos poucos.” A ABSOLAR constatou que, em 2019, o Brasil estava na 16ª posição no ranking mundial da fonte solar fotovoltaica. “Isso significa que temos potência solar instalada. Nossa condição de crescimento é enorme. A irradiação solar que temos é maior que na Europa, permitindo uma alta produção em solo nacional.”

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Diferenciais de consumo

Além de ser limpa, barata e renovável, Falcão explica que a energia solar proporciona o desenvolvimento de empregos de qualidade fora do eixo sul e sudeste, fortalecendo a economia em regiões com menos acessibilidade. “Na Nextracker, temos volumes massivos de projetos em processo. Esse campo é impulsionado continuamente e desafia qualquer previsão positiva de crescimento.” Ele acredita que, nos próximos 15 anos, grandes empresas químicas, siderúrgicas e mineradoras, por exemplo, já terão suas estruturas baseadas em plantas solares principalmente pelo aproveitamento financeiro.

O engenheiro elétrico comenta que, ao escolher esse recurso, o empresário opta por um consumo sem o risco de pagar pela bandeira vermelha, que é o valor adicional cobrado na conta de luz dos consumidores que excederam a demanda do mês. Esse custo a mais é feito pelas termoelétricas, plantas de geração como o carvão, óleo e gás. Já as com gasto menor são a hidroelétrica, solar e eólica. “A pessoa pode escolher por ter a própria energia sem estar sujeito às cobranças em casa ou na empresa. A energia solar tem o benefício de ser distribuída. Nas grandes usinas, é importante ter condições de transformar esse setor em uma locomotiva econômica para o país”, relata. 

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Fabricação e mercado nacional

O especialista afirma que as políticas industriais do Brasil devem influenciar a fabricação nacional, sendo uma forma de baratear as vendas e instigar mais um ramo lucrativo. “Os painéis solares entram prontos no país com uma taxação menor do que se comprarmos cada um dos componentes que constituem o produto. Isso enfraquece a produção aqui e gera mais oportunidades no exterior.” Segundo Falcão, é de suma importância que as peças tenham menos impostos para incentivar a entrada no país.

O desenvolvimento de tecnologias voltadas para essa área permite a melhora na qualidade e distribuição das energias limpas, otimizando artifícios como o tracker (rastreador solar), que inclina ao longo do dia para ajudar a atuação dos painéis solares. “A constante estruturação dessas ferramentas faz com que o investidor tenha um panorama e retorno adequado. A empresa nesse segmento deve se preocupar com elementos como proteção, corrosão salina, suporte ao vento.”

Ele frisou também que, nos últimos 10 anos, houve uma queda na produção da energia hídrica por conta do nível dos reservatórios. “As chuvas no Brasil não repõem essa água e, consequentemente, as usinas produzem menos porque o consumo humano é uma prioridade. Os planejamentos de energia consideram isso e substituem com a eólica e solar.” Sendo assim, essa é uma chance de substituição de fontes que queimam petróleo por aquelas que são verdes. “O cenário ideal é que as pessoas possam produzir e comprar as próprias energias, com exceção de centros urbanos e prédios, onde a geração é centralizada.” O entrevistado diz que, por si só, o crescimento de trackers, painéis, inversos etc. já é alto, mas é intensificado por conta do panorama da mobilidade. 

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Diálogos Envolverde

A conversa completa com o engenheiro elétrico Nelson Falcão está disponível no Facebook e YouTube da Envolverde. O programa Diálogos Envolverde vai ao ar toda quinta-feira, às 11h, nesses canais.

*Conteúdo multimidiático produzido por estudantes de Jornalismo Presencial da Universidade Metodista de São Paulo, sob a supervisão das professoras Alexandra Gonsalez, Eloiza de Oliveira Frederico, Filomena Salemme e Wesley Elago.

(#Envolverde)