A temperatura média em 2012 no território contínuo dos Estados Unidos foi de 12,9ºC, 1,77ºC superior à média do século e 0,55ºC acima do recorde anterior, registrado em 1998. Além disso, o ano foi o segundo mais marcado por eventos climáticos extremos, como tempestades e secas.
Quem divulgou esses dados foi a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), que informou ainda que a primavera de 2012 foi a mais quente da história e que a falta de chuvas chegou a afetar 61% dos EUA.
“Os números são consistentes com o que esperamos ver em um mundo sob o aquecimento global, mas não provam o fenômeno. As mudanças climáticas tiveram influência para os resultados, assim como variações locais. É impossível determinar qual dos dois fatores foi mais importante”, afirmou Jake Crouch, cientista climático do NOAA.
“Porém, o que projetamos é que essas temperaturas elevadas ocorrerão no futuro. Os Estados Unidos estão aquecendo e devem continuar a ver essa tendência”, completou.
Todos os estados dos EUA apresentaram uma temperatura média acima do normal histórico. Sendo que para 19 deles, 2012 foi o ano mais quente já registrado e em outros 26, o ano passado figura entre os 10 mais quentes.
De acordo com o Índice de Extremos Climáticos, que leva em conta os eventos fora do comum e mudanças drásticas na precipitação e na temperatura, o ano passado só fica atrás de 1998 como o mais marcado por fenômenos extremos.
No total, 11 desastres climáticos superaram a marca de US$ 1 bilhão em prejuízos, com destaque para a super tempestade Sandy, que varreu a costa leste norte-americana, incluindo Nova York, e a seca que afetou todo o chamado “cinturão do milho”, causando a alta dos alimentos em todo planeta.
“Acredito que, infelizmente, 2012 pode ser o novo ‘normal’. É exatamente o tipo de ano que esperamos ver diante do acelerado aquecimento global. Precisamos nos preparar, antecipar as tempestades e secas que ficarão mais intensas e frequentes daqui para a frente”, declarou à CNN Daniel Lashof, diretor do programa climático da ONG Conselho de Defesa dos Recursos Naturais.
Em um comunicado, Angela Anderson, diretora da União dos Cientistas Preocupados, reforçou a necessidade de reduzir as emissões de gases do efeito estufa, que seriam os principais responsáveis pelo aquecimento do planeta.
“Quanto mais tempo demorarmos para cortar as emissões, mais grave ficará o problema climático. O presidente Barack Obama prometeu que lidar com as mudanças climáticas seria uma de suas prioridades no segundo mandato, mas ele precisa transformar suas palavras em ações”, concluiu.
* Veja mais detalhes do NOAA sobre o clima nos Estados Unidos
** Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.