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O impacto das atividades humanas sobre as águas no Brasil

Patrícia Kalil - Você sabia que o Brasil perdeu 400 mil hectares de superfície de água no ano passado? Que o quadro de seca no país foi o pior em 70 anos? Que 100 milhões de brasileiros ainda não tem esgotamento sanitário? Que isso afeta a saúde pública? Que a falta de saneamento básico afasta mais de 6 milhões de crianças da escola?

Atualizado em 11/11/2025 às 11:11, por Patrícia Kalil.

Ilustração sobre a necessidade de cuidar das águas naturais

por Patrícia Kalil - 

O Panorama das Águas, publicado pelo Observatório das Águas (OGA), apresenta dados sobre a situação hídrica do Brasil:

 https://abre.ai/panoramadasaguas. Em formato de perguntas e respostas, o documento guia o leitor numa conversa sobre os desafios da governança e da gestão hídrica no país, convidando a comunidade a se envolver e participar por meio dos Comitês de Bacias Hidrográficas (CBHs).

O Brasil tem mais de 240 CBHs. É nesses espaços que ocorre a gestão participativa dos recursos hídricos, um processo em constante evolução. Todos nós podemos e devemos participar dos comitês e contribuir para o monitoramento das nossas águas.

Como explica Ângelo Lima, secretário executivo do Observatório, a hora de cuidar da água já está passando. “Assim como temos sido alertados sobre o ponto de não retorno da Amazônia, estamos chegando ao ponto de não retorno para garantir água potável nas regiões metropolitanas.”

 

O OGA é uma rede formada por 66 instituições e 26 pesquisadores, criada para defender a água para as pessoas. Transferir o controle dos recursos hídricos para interesses privados pode minar os próprios fundamentos da soberania nacional, não garante o interesse coletivo e coloca em risco o direito humano de acesso à água.

Uma reportagem da Agência Pública (https://abre.ai/osdonosdaagua) revelou um dado alarmante: somente 50 empresas têm direito a usar 5,2 trilhões de litros de água por ano, o suficiente para abastecer, durante um ano, quase metade da população brasileira. Essa concentração do uso da água nas mãos de poucos grupos econômicos expõe a desigualdade e o risco de mercantilização de um bem essencial à vida.

Precisamos cuidar do que é nosso. A água é um direito humano e fundamental para todos os seres vivos, um bem comum, um direito coletivo inegociável que está consagrado na Constituição Federal.

Envolverde