Pelo “andar da carruagem” acho mesmo que não podemos prever como será.
As incertezas habitam nossas vidas.
A Geopolítica se movimenta rápido demais, recheada de turbulências.
A governança mundial, que deveria ser articulada pela ONU, se enfraquece frente aos interesses das nações e blocos de países, numa nova guerra fria, entre os EUA, a China, a Rússia e a Europa.
Cada qual defende seus regimes, seus mercados, seus negócios, seus territórios.
O Mundo chega nesse novo ano se contorcendo na angústia das incertezas frente aos fenômenos climáticos extremos, à exaustão dos recursos naturais, à colossal montanha de resíduos e dejetos despejados no Meio Ambiente, como restos do nosso consumo frenético e perdulário. A Mãe Natureza paga a conta!
A produção econômica é infinita, altamente concentradora de riquezas e produtora de uma desigualdade social gigantesca, que chega a ser pornográfica aos olhos do humanismo mais simples.
Pela seca, pela fome, pelos conflitos locais, milhões e milhões de humanos se deslocam em hordas infindas de migrantes, que partem e chegam, buscando vida melhor e criando o fantasma da invasão étnica e religiosa.
A espiritualidade e a ética cada vez mais são artigos raros, que vão se transformando em manifestações de fanatismos, muitas vezes acompanhadas de violência e terrorismo.
Na incapacidade dos regimes democráticos tradicionais de gerir essa barafunda, surgem lideranças que parecem egressos de hospícios da política: Trump, Putin, Orban, Ortega, Kim, Netanyahu, Khamenei, Maduro, Milei, Bolsonaro. E por aí vai. Todos com milhões de seguidores.
É claro que na imprevisibilidade desses tempos surgem tratamentos médicos, vacinas, descobertas de cura para doenças terríveis. A tecnologia avança nas energias mais limpas, na sofisticação da inteligência artificial, na amplidão das redes sociais, nas produções culturais e artísticas, nas descobertas cientificas da biologia, da eletrônica, e de tantas outras.
A evolução do conhecimento é revolucionária.
Assim, dentro deste planetinha azul chamado Terra, quase 9 bilhões de humanos caminham para um ano novo. E com as pessoas cada vez vivendo mais.
“Quem não estiver confuso, não está entendendo nada”, brinca o irreverente.
É certo que no turbilhão dessa vida, todos têm, em diferentes graus, algum sofrimento mental, que varia de surtos de euforia à mais profunda depressão.
E também presenciamos a escalada da violência, criminalidade, conflitos, guerras e acidentes fatais.
Tudo dentro do mesmo caldeirão da nossa vida.
Assim, vivendo na dualidade entre o bem e o mal, o criar e o destruir, o amar e o odiar, o esperar e o descrer, chegamos a 2025.
Que ele possa nos proporcionar uma realidade mais próxima possível dos nossos sonhos generosos e solidários.
Que a vida possa encarnar a alma da paz!