Empresas

Empresa de São José ajuda a certificar propriedades rurais em todo país

Carlos Eduardo Leite, diretor da ZNC Sistemas. Foto: Júlio Ottoboni
Carlos Eduardo Leite, diretor da ZNC Sistemas. Foto: Júlio Ottoboni

Por Júlio Ottoboni*

A questão do uso e posse da terra do Brasil passou ser um problema tão complexo que só pode ser resolvido por tecnologias de ponta. Uma empresa do polo aeroespacial de São José dos Campos está sendo peça fundamental para a regularização fundiária que ocorre no país e em breve será peça crucial para a reforma agrária. Um dos principais atores desta empreitada, que envolve o governo federal, institutos e a iniciativa privada, é a ZNC Sistemas. Com menos de uma década de existência, ela tem conseguido resultados significativos no atendimento de demandas ambientais.

Fundada em 2007, a empresa ainda dá seus primeiros passos para sua consolidação no mercado e atualmente é integrante do parque tecnológico local. Ela se especializou no desenvolvimento de softwares para gestão de dados geográficos, com uma expressiva atuação no segmento ambiental.

A pegada ambiental é reconhecida por seus proprietários, entretanto, foi o perfil de seus clientes que dirigiu os trabalhos da ZNC para atender as necessidades de grandes organizações.

Em sua carteira estão desde entidades como a Fundação SOS Mata Atlântica, WWF (World Wide Found for Nature), a The Nature Conservancy e até o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) , o ICMbi o (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) ao Incra ( Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), com a construção do Sistema de Gestão Fundiária que faz a certificação de terras no país.

“Nunca o Brasil teve uma qualidade de medição de dados como agora, são mais de 70 regras aplicadas aos limites de uma propriedade rural para certifica-la.  O que demorava de meses até anos para ser emitido agora sai em questão de minutos”, revela o diretor Carlos Eduardo Castilho Leite.

A ferramenta é usada pelo SIGEF ( Sistema Gestão Fundiária) é atualmente utilizada também pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e pelo Incra. Um de seus mais expressivos feitos é impedir fraudes e a sobreposição de áreas, recorrentes em localidades onde há conflitos de terra, como a Amazônia Legal. Com o auxílio do software desenvolvido pela ZNC, o Incra já certificou mais de 103 milhões de hectares nos últimos 2 anos.

“Em 2 anos e meio, foram certificadas mais que o dobro  do número de áreas certificadas em mais de 10 anos de certificação”, afirmou o servidor do Incra,  Thiago Marra, que opera com o sistema da ZNC. “Sem essa expertise certamente estaríamos usando papel até hoje. Continuamos contando com esses conhecimentos para realizar as evoluções que o país precisa para disponibilizar um cadastro territorial confiável à sociedade”.

Segundo outro diretor da ZNC, Luiz Fernando Barbosa Vital, há um grande número de terras que estão sendo regularizadas por esse processo, que por meio dessas validações e transparência dificultam as chances de se legalizar invasões e áreas sobrepostas. Esses problemas transforam a região amazônica, por exemplo, numa das mais conflituosas áreas ligadas a posse da terra, tal o volume de fraudes cartorárias, invasões e grilagens.

Esse novo sistema é considerado um enorme avanço no meio fundiário no Brasil, principalmente nas áreas de grandes embates sobre a propriedade e posse da terra.  “Numa próxima etapa estaremos desenvolvendo programas que auxiliarão na destinação de terras públicas, numa reforma agrária na prática”, concluíram os sócios. (#Envolverde)

* Júlio Ottoboni é jornalista diplomado, pós graduado em jornalismo científico. Tem 30 anos de profissão, atuou na AE, Estadão, GZM, JB entre outros veículos. Tem diversos cursos na área de meio ambiente, tema ao qual se dedica atualmente.