Segundo reportagem do Financial Times, publicada na Folha de S. Paulo*, Walmart, Kraft Heinz e Coca-Cola começaram a remover ou reescrever referências às mudanças climáticas em seus sites.
Há dois motivos possíveis para que isso esteja acontecendo. Um, que as empresas nunca tenham tido iniciativas concretas em ação climática. Abririam mão da narrativa engajada porque notaram que não teriam o retorno esperado com clientes e parceiros.
Outra razão é o temor de represálias do atual governo, sobre entidades que abordam mudanças climáticas ou outros temas vistos como da cultura “woke”. Há pistas de que ambas as alternativas façam sentido na promoção do climate vanishing.
Companhias que não querem desagradar eleitores republicanos fatalmente vão desistir de empunhar a bandeira da sustentabilidade nos EUA.
Além disso, há recados a todo momento de que o governo Trump não tolera discursos ambientalistas, muito menos os que afetem políticas econômicas ou energéticas.
A declaração de Chris Wright, chefe da Secretaria de Energia do governo Trump, endossa essa impressão. Ele classificou as mudanças climáticas como um “fenômeno físico global”, desconsiderando a emissão de combustíveis fósseis e demais ações humanas.
Ainda que entidades privadas possam fazer o que bem entenderem sobre suas políticas internas, o climatevanishing é prejudicial em vários aspectos.
Diminui a transparência das empresas sobre dados de sustentabilidade; contribui para o apagamento do debate público sobre o problema; enfraquece as ações sociais em curso, com menos apoio e financiamento; estimula outras empresas ao redor do globo a fazerem o mesmo.
Como cidadãos e consumidores, temos o poder e o dever de identificar quais companhias estão desistindo de sua responsabilidade com a luta pelo clima. Em seguida, decidir se estamos dispostos a gastar dinheiro com produtos e serviços dessa nova categoria de negacionistas.
Referências
*Mooney, A., & Savage, S. (2025, março 14). Multinacionais dos EUA removem referências a mudanças climáticas de seus sites. In Folha de S.Paulo. Recuperado de https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2025/03/multinacionais-dos-eua-removem-referencias-a-mudancas-climaticas-de-seus-sites.shtml
Imagem gerada por IA
Envolverde
