Por Leno F. Silva*
No sábado assisti a uma apresentação musical na EAD – Escola de Arte Dramática. Saí de casa com antecedência, mas não sabia que no final de semana o ônibus de Linha não percorria as avenidas da Cidade Universitária. Quase desisti quando o coletivo Circular que faz o percurso interno passou.
Como eu estava fora do ponto, levei uma “dura” do motorista, contudo ele parou e me deixou subir. Cheguei à apresentação depois de percorrer o labirinto da ECA USP, e deu tudo certo: encontrei minha amiga querida Carmina Juarez, e o show intimista “Barandá”, com Ely Ito e Kathy Marcon interpretando canções da MPB, acompanhadas por Joel Jr., violão e Fefê Camilo, percussão; começou em seguida.
Devido à chuva do domingo, fui ao cinema em sessão dupla. Enganei-me ao escolher o primeiro filme e, em função do horário, decidi pelo brasileiro “Através da sombra”, de Walter Lima Jr, um suspense em que a professora Laura tem que lidar com o sobrenatural para educar de um casal de irmãos órfãos que vivem numa fazenda de café nos anos 1930.
Já o seguinte, “Much Loved”, co-produção França e Marrocos, dirigida por Nabil Ayouch, mostra a solidariedade de quatro mulheres – Noha, Randa, Soukaina e Hlima –, que sobrevivem da prostituição em Marrakesh. Muda o país, os costumes são outros, mas o comércio sexual funciona com as mesmas regras em todo o mundo: machismo, exploração, violência, corrupção e drogas.
Retornei a pé, percorrendo as ruas quase vazias de Higienópolis, e sem me incomodar com a água fresca que caia do céu. Cheguei um pouco molhado, mas com uma deliciosa sensação de alegria, porque depois da imersão cinematográfica, foi uma boa pedida tomar um pequeno banho de chuva. Por aqui, fico. Até a próxima. (#Envolverde)
* Leno F. Silva escreve semanalmente para Envolverde. É sócio-diretor da LENOorb – Negócios para um mundo em transformação e conselheiro do Museu Afro Brasil. É diretor do IBD – Instituto Brasileiro da Diversidade, membro-fundador da Abraps – Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade, e da Kultafro – rede de empreendedores, artistas e produtores de cultura negra. Foi diretor executivo de sustentabilidade da ANEFAC – Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade. Editou 60 Impressões da Terça, 2003, Editora Porto Calendário e 93 Impressões da Terça, 2005, Editora Peirópolis, livros de crônicas.