Diversos

Frio fora e coração quente

Urupema registrou a menor temperatura do ano no estado de Santa Catarina. Foto: Marília Oliveira/ Prefeitura de Urupema
Urupema registrou a menor temperatura do ano no estado de Santa Catarina. Foto: Marília Oliveira/ Prefeitura de Urupema

Por Leno F. Silva* 

Aquela costumeira frase em determinados produtos, “Depois de aberto, manter na geladeira”, perdeu o sentido em São Paulo nos últimos dias.

Com as temperaturas mais baixas em cinco décadas, a cidade amanheceu com neve em alguns bairros. Uma cena relativamente comum na região Sul do país, mas rara nessa terra da garoa, principalmente porque ainda não estamos no inverno.

Poucos habituados com esse gelo, a criatividade e o recurso fashion de vestir roupas em camadas é uma solução para manter o corpo aquecido. Em tempos de efeitos das mudanças climáticas não dá para saber como serão os próximos três meses a partir da próxima segunda-feira.

Se essa amostra persistir após o outono, talvez experimentemos aquela sensação europeia de beber vinho ou cerveja em temperatura ambiente. Diante dessa possibilidade convêm articular desde já redes de solidariedade porque nesse Brasil tropical não temos estrutura para suportar sensações térmicas comuns na terra do Papai Noel.

E por mais que fora o vento sopre gelado é imprescindível manter o coração quente em todos os sentidos, para que juntos possamos superar as consequências dessa sensação de tomate dentro da geladeira. Por aqui, fico. Até a próxima. (#Envolverde)

* Leno F. Silva escreve semanalmente para Envolverde. É sócio-diretor da LENOorb – Negócios para um mundo em transformação e conselheiro do Museu Afro Brasil. É diretor do IBD – Instituto Brasileiro da Diversidade, membro-fundador da Abraps – Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade, e da Kultafro – rede de empreendedores, artistas e produtores de cultura negra. Foi diretor executivo de sustentabilidade da ANEFAC – Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade. Editou 60 Impressões da Terça, 2003, Editora Porto Calendário e 93 Impressões da Terça, 2005, Editora Peirópolis, livros de crônicas.