por Samyra Crespo* –
Muitos me perguntam sobre como se informar recorrendo a meios de comunicação que não se impressionam com discursos de autoridades ou celebridades, e que monitorem resultados.
Eu recorro à imprensa ambientalista. Independente, não está vinculada às grandes empresas lobistas nem a governos específicos.
Afinal, como caracterizar essa imprensa?
São revistas, sites, páginas feitas por jornalistas ambientalistas, profissionais que sim, carregam um boi: eles estão na causa, isto é, defendem a ideia do desenvolvimento sustentável, do uso racional dos recursos naturais, da distribuição justa dos bens comuns (ar, água, solo) e da coexistência entre os seres humanos e os demais seres.
Esse viés é explícito, não se disfarça de ‘neutro’ nem apresenta falsa objetividade.
Não são negacionistas nem anticientíficos, mas também não consideram que exista uma ciência descolada de uma prática humanista.
Pessimistas no diagnóstico, realistas nas projeções, otimistas na ação.
Se há correntes nesse jornalismo? Sim, existem os mais utópicos e os mais pragmáticos.
Além disso, a prática desse jornalismo, que atua em redes profissionais nacionais e internacionais, segue a risca um lema: pessimistas no diagnóstico, realistas nas projeções, otimistas na ação.
Ninguém está aqui para anunciar o fim do mundo e convidar para a ceia do suicídio coletivo.
Há esperança sim. E em todas as épocas tivemos que tomar decisões cruciais para salvar nossa espécie, para nós livrarmos da barbárie e para construirmos novas bases de sobrevivência.
Por isso, quando quero me atualizar sobre o que acontece com COPs e outros eventos internacionais que têm a ver com a governança ambiental global, eu vou às seguintes fontes:
- Envolverde
- Conexão Planeta
- Sumaúma
- Página 22
- O Eco
- Mar sem Fim
- Ciclo Vivo
- Eco21
- ClimaInfo
Fique também atento aos Relatórios do IPCC, sobre o aquecimento global.
E não deixe de acompanhar os das COPS de biodiversidade: não fazem tentando estardalhaço, mas são cruciais para se entender como o planeta vai se tornando um ambiente hostil para todos os demais seres vivos. Obra nossa.
Se sobrar tempo, leia livros sobre conservacionismo. Sempre ensinam muito.
É isso.
*Samyra Crespo é cientista social, ambientalista e pesquisadora sênior do Museu de Astronomia e Ciências Afins e coordenou durante 20 anos o estudo “O que os Brasileiros pensam do Meio Ambiente”.
Foi vice-presidente do Conselho do Greenpeace de 2006-2008.