Nem tudo está perdido. Pelo contrário, ainda há muita gente boa. Cidadãos, empresas, empresários, políticos e instituições fazendo a sua parte na questão hídrica. Leia na edição 89 da Revista Ecológico. Abaixo o editorial:
Hiram Firmino*
Já dizia o amante e fotógrafo de natureza Alfeu Trancoso, nosso filósofo e pensador de plantão: “As águas são como as pessoas. Crescem porque se encontram”. É por isso, caros leitores, apoiadores e anunciantes, que estamos aqui, reunidos nesta Edição Especial da Ecológico comemorativa ao VI Prêmio Hugo Werneck de Sustentabilidade & Amor à Natureza, sob a temática “Pelas Águas do Planeta, da Caixa d´água do Brasil à Terra das Cataratas”.
Reunidos para confirmar que nem tudo está perdido. Pelo contrário, ainda há muita gente boa. Cidadãos, empresas, empresários, políticos e instituições fazendo a sua parte na questão hídrica. Dando exemplos bons, país afora, de que ainda é possível e mais inteligente respeitarmos a natureza, e termos as nossas chuvas, águas e peixes de volta. E ainda ganhar e multiplicar dinheiro com recuperação ambiental.
A gente nem precisava de outro motivo. Só pela sua beleza exuberante, seu sistema autossustentável e perfeito de fabricar ar, chuva, água e floresta, plantas e bichos, incluindo nós, humanos, este planeta azul que nos abriga deveria ser preservado. Em vez de degradá-lo, deveríamos amá-lo sobre todas as coisas.
E por que isso não acontece?
Hugo Werneck, a quem a Ecológico é dedicada a cada nova lua cheia que surge no céu, sabia e nos pregava a resposta. É porque nos afastamos em demasia da natureza. E tudo aquilo que não vemos, nem sentimos, muito menos experimentamos, nos impossibilita valorizar, respeitar, amar e preservar.
Observe que o “amor”, não por acaso, precede a “preservação”. É condição sine qua non de mantermos este planeta e todos nós vivos, sejamos mineradores ou minerados, contra ou a favor do impeachment natural que vem por aí, chamado de mudanças climáticas.
Foi isso, esse sentimento humano maior, que os 300 convidados para a solenidade de entrega da sexta edição da premiação que leva o nome de Hugo Werneck confirmaram em suas mentes e corações, durante o evento no último dia 23 de março, na capital mineira. Nem o intrépido jornalista André Trigueiro, da TV Globo, vencedor na categoria “Personalidade do Ano”, resistiu ao chamado amoroso. Diante do clima de solidariedade e aposta na reconstrução social e ambiental que o envolveu, ele também deixou sua mensagem de esperança.
Trigueiro não está sozinho. Nenhum de nós está. Segundo o neurobiólogo chileno Humberto Maturama, vencedor do “Prêmio Nacional de Ciências”, 99% das doenças humanas – e o que, doentes, também fazemos adoecer na natureza – têm a ver com a negação do amor. Degradados ou degradadores ambientais, “todos nós somos filhos do amor. Surgimos do amor. Dependemos do amor. E adoecemos quando não somos amados”.
É o que você, caro leitor, tendo de companhia a poesia de Carlos Drummond de Andrade, São Francisco de Assis e Adélia Prado, vai conferir na cobertura jornalística completa que fizemos sobre os vencedores de 2015 contemplados no “VI Prêmio Hugo Werneck de Sustentabilidade”.
Boa e amorosa leitura! Até a próxima lua cheia.
* Hiram Firmino é diretor e editor-geral da Ecológico.