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O cuidado de cada um, na nossa casa comum

Foto: Shutterstock
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Por Pe. Renato Peixinho*

A Campanha da Fraternidade de 2016 nos dar a oportunidade, a cada um de nós, sobre a necessidade, diária, do cuidado com a vida. O lema da campanha: “Casa comum, nossa responsabilidade”, reforça o  direito e o dever de agirmos em nome do “Querer ver o direito brotar como fonte, e correr a justiça qual riacho que não seca”. Em cenários de descaso e falta de cuidado com a vida, a campanha nos remete à necessidade de mudar  comportamentos. Observe que a Natureza nos presenteia com tudo limpo e perfeito e desenvolvemos para ela, tudo sujo, misturado, como lixo sem valor. E não merecemos uma casa assim, porque a vida, a saúde, a alegria, a harmonia em nosso lar, depende de  cuidado diário, constante, permanente, em todos os ambientes onde a vida se desenvolve.

Essa campanha da Fraternidade chama atenção sobre o sério problema do saneamento básico noalor Brasil. Independente do dever institucional, das leis, precisamos agir individualmente, com a responsabildiade dos nossos atos, em nome do coletivo. O cuidar da vida, de si, e do outro, é direito e dever sagrados de existencia. E essa comunhão é importante para assegurarmos respeito e civilidade. A higiene, a limpeza, o cuidado com os nossos descartes, é nosso dever para não poluirmos, degradarmos, extinguirmos as riquezas naturais como a água, fonte da vida.

Todas as pessoas estão sendo chamadas, à luz da fé e do cuidado, a zelar de si, e do outro. A tomar atitudes responsáveis, limpas, que garantam a integridade e o futuro em nosso lar, em nossa rua, escola, bairro, cidade, estado, país, planeta afora. Precisamos, todos os dias, em todos os lugares, garantir a saúde integral, com a qualidade de vida que  cada um de nós merecemos. como obra de Divina.

De acordo com a CNBB uma das grandes novidades desta quarta edição da campanha ecumênica, é a participação da Misereor, entidade episcopal da Igreja Católica da Alemanha que trabalha na cooperação para o desenvolvimento na Ásia, África e América Latina. A colaboração acontece em vista do desejo dos organizadores em transpor as fronteiras, desafios afora. Como baiano, nordestino, brasileiro, tive a oportunidade de estudar, morar e conviver com a cultura do povo alemão, onde pude aprender sobre o respeito e o cuidado com o ambiente, com a vida, em olhar profundo e de compromisso com os ciclos limpos, em ambientes onde a vida se desenvolve. Voltei ao meu pais, ao meu estado, com compromissos ainda mais fortes sobre os desafios que nossa Paróquia abraça, de coração, alma e cérebro, sintonizados com o outro, em cuidado, amor e entrega para o trabalho que precisaremos estar preparandos, para executar. E isso é compromisso de nossa paróquia, que deseja ser exemplo para outras, Brasil afora.

Essa campanha de 2016, a exemplo de outras, será realizada de forma ecumênica. O Papa Francisco nos tem presenteado, constantemente, com sua coragem e compromisso na defesa da vida. O tema saneamento básico, vem reforçar esse direito humano fundamental, e isso requer a união de esforços coletivos, independente da fé que professem. A partir desse princípio ecumênico conclamamos cada cidadão, cada pessoa, cada filho de Deus para, juntos, em ação de bem comum, trabalharmos com amor e cuidado para a garantia do abastecimento de água potável, do esgoto sanitário, da limpeza urbana, do manejo de resíduos sólidos, seja um roupa, um sapato, um brinquedo, um eletrodoméstico, um sofá, um tapete velho,  em cultura de cuidado, de Reaproveitamento, de Reuso, de Reinvenção, fazendo do que ainda chamamos de lixo, fonte de oportunidades cidadãs. Cada brasileiro gera, por dia, uma média de um quilo de resíduos sólidos. Aquilo que  que ainda chamamos de lixo. E assim se chama porque apesar da Natureza nos dá tudo limpinho, devolvemos para o ambiente, de forma suja, desrespeitosa. E queremos e podemos e vamos, juntos,  mudar esse jeito de fazer. Nossa Paróquia se prepara para isso e precisa da ajuda de cada um.

Ao invés de misturarmos tudo, sem cuidado, sem controle,  vamos aprender a cuidar de cada objeto e evitarmos a transmissão de doenças. Vamos cuidar, nos mobilizar, nos unir, para garantir a drenagem das águas pluviais, das margens do rios, que precisam de plantas. Vamos semear, regar, cuidar, adotar todas as medidas necessárias para que cada pessoa, dessa Paróquia por ter saúde e vida dignas.

Sintamos em nossos corações que é nosso dever, nosso desafio,  e  nossa responsabilidade, nos perguntarmos, todos os dias: Para onde vai cada saquinho de açucar, cada copinho plástico, cada casca de banana, que dispenso. Que caminhos cada um deles faz, até seu destino final? Pergunte-se, agora, onde foi parar aquele papelzinho de bombom que acabei de dispensar? E aquela roupa que cansei de usar, o sapato que não cabe mais no  pé, porque continua guardado, sem usar? Imagine que cada coisa dessa ai poderia estar fazendo o bem, a outra pessoa, ao ambiente, em outro lugar, ao invés de ser causador de dor, sujeira, doenças e mortes.

Convidamos você a ser AMA, amigo do meio ambiente, um amigo da vida, parceiro da nossa Paróquia para fazer de cada casa, de cada rua, de cada bairro , de cada distrito, de cada comunidade, um exemplo de amor e cuidado com a vida. Amém.

* Pe. Renato Peixinho, Pároco de Inhambupe – Bahia [email protected].