Por Leno F. Silva*
Enquanto escrevo lembro-me da música “Sina”, do Djavan, em especial a frase “Pai e mãe, ouro de mina…”, que me cativou desde a primeira vez em que a ouvi. A interpretei por inteiro numa edição do Festival Cultural de Comunicação da FAAP.
Naquela ocasião cantei de improviso, pois o meu papel era de animador responsável por apresentar as atrações artísticas como, por exemplo, o trio afinado Angélica, Ester e Sidney, reconhecido pelos corredores da faculdade em função da qualidade dos timbres vocais, dentro outros talentos visíveis e valiosos nos idos de 1982.
Passados 34 anos da minha primeira experiência no palco, no domingo passado essa canção me veio à tona associada ao afeto, à reverência e a gratidão que tenho pelos meus pais, a Dona Nalvinha e o Seu Zedão, alagoanos de fibra que me presentearam com esta vida, que procuro, a cada dia, honrar e aprimorar.
Não por acaso, recentemente postei no meu Facebook uma foto deles, como uma singela homenagem pública pelo que os dois me proporcionaram desde as primeiras horas de vida, em Delmiro Gouveia, Alagoas.
Essa atenção e cuidado também se mantiveram presentes em São Paulo, cidade que nos acolheu, nos possibilitou trilhar bons caminhos e muitas conquistas.
Empresto de novo a frase do Djavan para dizer que o meu pai e a minha mãe são ouro de mina, estão sempre comigo para que o der e vier, e ambos vivem em mim pulsantes, no meu coração, como nesse exato segundo, e nos muitos que virão. Por aqui, fico. Até a próxima. (#Envolverde)
* Leno F. Silva escreve semanalmente para Envolverde. É sócio-diretor da LENOorb – Negócios para um mundo em transformação e conselheiro do Museu Afro Brasil. É diretor do IBD – Instituto Brasileiro da Diversidade, membro-fundador da Abraps – Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade, e da Kultafro – rede de empreendedores, artistas e produtores de cultura negra. Foi diretor executivo de sustentabilidade da ANEFAC – Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade. Editou 60 Impressões da Terça, 2003, Editora Porto Calendário e 93 Impressões da Terça, 2005, Editora Peirópolis, livros de crônicas.