Por Leno F. Silva*
Dizer que a cerimônia de abertura das Olimpíadas Rio 2016 foi maravilhosa não é novidade, porque esse reconhecimento ocorreu por parte de especialistas daqui e internacionais, e por quem assistiu, no Maracanã ou pela TV, ao sensível espetáculo audiovisual preparado pela equipe de produção brasileira.
Com um roteiro bem estruturado, soluções cenográficas e visuais criativas, utilizações acertadas de tecnologias, coreografias impactantes; participações exatas de intérpretes da MPB, com destaque para o príncipe Paulinho da Viola cantando o Hino Nacional; o desfile leve e sutil da “nova” Garota de Ipanema, e as belas performances de centenas de voluntários-artistas, mostrou para o mundo a versatilidade dos talentos da nossa gente.
Um País com tantas diversidades está habituado a grandes realizações, como os desfiles das Escolas de Samba nos Carnavais do Rio e de São Paulo, e o Festival Folclórico de Parintins, no Amazonas, mais tantos outros eventos de complexidades variadas e com recursos financeiros nem sempre suficientes.
Se a grana muitas vezes é curta, sobra o envolvimento e a participação comprometida do nosso povo. Essa população que luta e batalha diariamente para sobreviver e ainda encontra tempo e energia para, quase sempre de forma gratuita, encarar distintos papéis artísticos.
Não é exagero afirmar que o Brasil inaugurou uma nova linguagem de abertura dos Jogos Olímpicos, numa demonstração de que temos todas as condições de inovar e de ser referência quando confiamos nas nossas capacidades, reconhecemos o que fazemos e utilizamos adequadamente as competências que existem na nossa população. Só falta extrapolar essas qualidades para resolver os nossos problemas sociais, políticos, econômicos e ambientais. Essa é a enorme transformação necessária e urgente, sem a qual jamais seremos uma verdadeira nação. Por aqui, fico. Até a próxima. (#Envolverde)
* Leno F. Silva escreve semanalmente para Envolverde. É sócio-diretor da LENOorb – Negócios para um mundo em transformação e conselheiro do Museu Afro Brasil. É diretor do IBD – Instituto Brasileiro da Diversidade, membro-fundador da Abraps – Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade, e da Kultafro – rede de empreendedores, artistas e produtores de cultura negra. Foi diretor executivo de sustentabilidade da ANEFAC – Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade. Editou 60 Impressões da Terça, 2003, Editora Porto Calendário e 93 Impressões da Terça, 2005, Editora Peirópolis, livros de crônicas.