Opinião

Programa Jogos Limpos Rio 2016 é para marcar Olimpíadas

Rio de Janeiro. Foto: Shutterstock
Rio de Janeiro. Foto: Shutterstock

Por Júlio Ottoboni*

A Secretaria Estadual do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro criou o Programa Jogos Limpos Rio 2016, que ocorrerá durante os jogos das Olimpíadas na cidade. Coordenado pela secretaria, o programa objetiva atender ao compromisso olímpico de compensação das emissões de gases do efeito estufa resultantes da realização o período do evento esportivo.

A abordagem formal desse compromisso é feita sob o tema “Planeta – Pegada Ambiental Reduzida”. Conservação e Recuperação Ambiental, esse eixo temático foi estrategicamente escolhido, para reforçar e acelerar as políticas ambientais, além de programas de proteção, conservação, restauração e recuperação ambiental dentro do município.

Algumas iniciativas estão sendo desenvolvidas pelo governo do Rio de Janeiro nesse tema. Entre elas a implementação da Política Estadual de Mudança Climática, a criação de Distritos Florestais do Estado, os reflorestamentos para restauração da Mata Atlântica e outras medidas de fomento para uma economia com baixa emissão de gás carbono.

A Secretaria Estadual do Ambiente publicou uma chamada pública para a doação de Créditos Ambientais, isso visa a participação ativa da sociedade na responsabilidade da compensação das emissões dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016. Essas ações são inéditas e estão alinhadas ao encontro do PCC em Paris.

O certame quer convidar e atrair empresas e instituições detentoras de Créditos Ambientais (CA) decorrentes de projetos brasileiros, devidamente certificados, validados, registrados e custodiados por instituições internacionais para procederem à doação de créditos para o Programa de Compensação de Emissões.

Todo o Rio de Janeiro encontra-se inserido no bioma da Mata Atlântica, sendo que hoje seus remanescentes ocupam cerca de 17% da área total do estado, computando-se os diversos ecossistemas associados a esse complexo e ricos ecossistemas do planeta.

Somente na parte do Estado do Rio floresta ombrófila densa, floresta estacional decidual, floresta estacional semidecidual, conhecida como “mata de tabuleiro”, manguezais, restingas, campos de altitude e brejos e banhados.

As ações para preservação da fauna local também são constantes. Mais 40 pássaros, apreendidos em operações de fiscalização no Estado do Rio de Janeiro, foram devolvidos à natureza em maio último, no Parque Estadual da Pedra Branca, local que é administrado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

Com essa ação, chega mais de 1 mil o número de aves que retornaram para seu habitat desde setembro de 2015. A iniciativa é da Secretaria de Estado do Ambiente, por meio da Coordenadoria de Combate aos Crimes Ambientais (Cicca), e do Comando de Polícia Ambiental (CPAm). Cerca de 70 alunos da Escola Municipal Paulo Maranhão, situada em Realengo, participaram da atividade.

A maior parte desses animais foi apreendida em feiras livres. Entre as espécies estão coleiros, canários da terra e trinca-ferros e outras representativas da fauna fluminense. De setembro de 2015 até maio deste ano já foram apreendidos 3.582 pássaros.

A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) lançaram recentemente dados inéditos sobre a situação da Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro. A partir de uma nova metodologia, foi reduzida de 3 hectares para 1 hectare (ha) a área mínima identificada nas imagens, o que permitiu um raio-x mais preciso, que inclui fragmentos florestais em estágios iniciais de regeneração (vegetação natural).

A análise revela que o estado do Rio tem hoje 30,7%, o que é cerca de 1,3 milhão de hectares de sua Mata Atlântica original. Apenas na capital carioca este número é de 29,3%. Ou seja, 34.803 hectares.

No território do Rio de Janeiro esta nova classe de vegetação mapeada representa 435.530 hectares, ou 10% da Mata Atlântica original. Já os remanescentes florestais (Mata) respondem por 18,6%, cerca de 810 mil há. O restante está dividido em mangues (0,3%), restinga (1,2%) e formações naturais não florestais (0,6%). (#Envolverde)

Júlio Ottoboni é jornalista diplomado, pós graduado em jornalismo científico. Tem 30 anos de profissão, atuou na AE, Estadão, GZM, JB entre outros veículos. Tem diversos cursos na área de meio ambiente, tema ao qual se dedica atualmente.