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111 anos: da Mooca ao ‘Paraíso do Verde’

IZ_DivulgaçãoPor Juan Piva*

“Lá no alto da Mooca, eu comprei um lindo lote, dez de frente dez de fundo, construí minha maloca”, cantou Adoniran Barbosa, 53 anos depois da criação do Posto Zootécnico Central, no bairro onde o sambista paulistano fez seu abrigo. Em 15 de julho de 1905, o então secretário de agricultura do Estado, Carlos Botelho, começou a construir a história do Instituto de Zootecnia (IZ) lá também, e, neste ano, a instituição referência nacional e internacional por sua pesquisas científicas nas áreas de produção animal e pastagens completa 111 anos em Nova Odessa (SP).

O posto permaneceu na Mooca até 1929, quando foi transferido para o Parque da Água Branca. Em 1909, o instituto já realizava as primeiras seleções de gado no “Paraíso do Verde” e, 61 anos depois, foi denominado IZ, adaptando-se às necessidades exigidas pela grande expansão que seu setor vinha alcançando nas últimas décadas. De 1970 a 1975, a sede permaneceu no parque, transferindo-se para as terras novaodessenses posteriormente. Hoje, a instituição ocupa uma área de 855 hectares, sendo 313 pertencentes à cidade vizinha, Americana. Sertãozinho (SP) ainda acolhe seu Centro de Pesquisa em Bovinos de Corte.

Com mais de 200 colaboradores, a diretora do Instituto de Zootecnia, Renata Helena Branco Arnandes, de 43 anos, avalia o papel deles na composição de sua história. “A importância da nossa equipe é ímpar, a gente não consegue fazer nada sem servidores trabalhando em sintonia e harmonia. Sempre comentamos que nós somos como os dedos das mãos, em que todos fazem falta e um complementa o outro. E, nestes 111 anos de fundação do IZ, paramos para pensar no quão importante é cada um que trabalha aqui – pesquisadores, assessores, diretores de centro, as meninas da limpeza, sem um deles, a engrenagem não funciona, o que também foi reconhecido pelo Arnaldo Jardim, em reunião que tivemos com o secretário na terça-feira [12] – pare ele está claro que essa engrenagem está colocando nossa produção animal sustentável para frente. O pessoal está comprometido e quer ver o instituto voltar a ser o que era antigamente: uma casa de renome e de excelência na pesquisa”, ressaltou Renata.

Flavia2ª casa

“Entrei na APTA [Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios] Regional – Andradina (SP) em 2005, quando iniciei meu contato com o Instituto de Zootecnia e admiração pela sua história. Em 2008, estava fazendo as disciplinas do doutorado e tive oportunidade de ingressar na instituição como pesquisadora científica e desenvolver um projeto na área chamada de Maracanã. Nesse período, tive oportunidade de trabalhar intensamente com diversos colaboradores do IZ, que deram total apoio ao meu estudo de avaliação de desempenho de bovinos de corte em pastagens rotacionadas de capim Marandu. Defendi o doutorado em 2010 e, em 2012, consegui entrar como docente da Pós-Graduação em Produção Animal Sustentável, onde, desde então, tenho buscado me atualizar e  contribuir para a formação de novos pesquisadores. Sinto-me realizada profissionalmente por trabalhar aqui, em seu Centro de Nutrição Animal e Pastagens, e tenho muitos planos de trabalhos futuros, interagindo com outras instituições de pesquisas e empresas do setor agropecuário”, comentou Flávia Maria de Andrade Gimenes, 42.

Maria (1)Com mais de 30 anos de casa, a oficial de apoio e pesquisa, Maria Vandenira de Lima Souza, também destacou sua relação com o instituto e seus servidores: “comecei a trabalhar no IZ em 1985, e sempre me senti à vontade para desenvolver atividades junto aos muitos amigos que fiz nestes longos anos. Além disso, sinto que, não só eu, mas toda classe de apoio contribui para o desenvolvimento desta instituição, que posso chamar de segundo lar. Em nome de todos, parabenizo-a por mais um aniversário”.

O Instituto de Zootecnia pertence à APTA, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo (SAA). Com mais de um século de trabalho pela pecuária, a instituição se sobressai pela geração de uma série de benefícios ao meio científico, ao meio técnico e aos criadores – com tecnologias e serviços a sua disposição. Nesse período, destacam-se o pioneirismo em pesquisa científica mundial com a raça Nelore, estudos com gramíneas e leguminosas forrageiras tropicais, melhoramento genético de bovinos de corte, sistemas de produção em ovinocultura e qualidade do leite.

Sustentabilidade

Atualmente, por meio dos programas de “Produção Animal em Sistemas de Integração”, “Leite Mais” e de “Seleção Para Peso ao Sobreano”, o IZ mantém seu compromisso com a sustentabilidade e inovação no setor.

O secretário da Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, 61, aproveitou para salientar que os projetos de pesquisas do instituto atendem às demandas da sociedade e a programas do Governo do Estado de São Paulo, “visando o desenvolvimento do agronegócio paulista, como incremento da competitividade das cadeias de proteína animal, estímulo à expansão de agronegócios especiais, e desenvolvimento do agronegócio familiar”.

“Colaboramos com o IZ nas áreas de Educação e Comunicação pela Sustentabilidade, para estreitarmos a relação entre seus servidores em favor da conservação desse patrimônio histórico e cultural da nossa cidade”, afirmou a diretora executiva da Maestrello Consultoria Linguística, Ana Lúcia Maestrello, 41.Fundada em 2008, essa startup educacional de Nova Odessa objetiva disseminar o conhecimento para atender o interesse público e acelerar o processo de aprendizagem, trabalhando por uma natureza mais equilibrada e sociedades sustentáveis, graças à sua força comunicativa socioambiental. (#Envolverde)

* Juan Piva é graduado em Jornalismo, com especialização em Educação Ambiental e Políticas Públicas pela Esalq-USP. Iniciou sua trajetória na Comunicação Socioambiental há sete anos, como estagiário da Oscip Barco Escola da Natureza; já como assessor de imprensa dessa organização, passou a apresentar programas de tevê e rádio, com a intenção de democratizar a informação ambiental. Hoje é colaborador da Maestrello Consultoria Linguística, onde dissemina o conhecimento para atender o interesse público, divulgando projetos educulturais e socioambientais. É coautor do livro-reportagem “Voluntariado ambiental: peça importante no quebra-cabeça da sustentabilidade”, promotor do Curso de Empreendedorismo Socioambiental, membro da Câmara Técnica de Educação Ambiental dos Comitês PCJ, jornalista responsável pelo Jornal +Notícias Ambientais e associado-fundador da Associação Mandacaru – Educação para Sustentabilidade.