Por Andrew Silva Alfaro –
Os recursos naturais, incluindo florestas, minerais, água e solo, são essenciais para a produção econômica e o bem-estar humano. O uso desses recursos naturais deve ser bem planejado, pois a Agência Internacional de Energia (AIE) projeta que a demanda global por energia aumentará em 25% até 2040, colocando uma pressão crescente sobre os recursos energéticos fósseis. Em 2023, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) estimou que cerca de 30% dos solos do mundo estão degradados, enquanto a perda de cobertura florestal continua significativa, com aproximadamente 10 milhões de hectares desmatados anualmente entre 2015 e 2020.
Por tudo isso, é importante abordar a economia dos recursos naturais e ambientais, um ramo que analisa a complexa inter-relação entre as atividades econômicas e o meio ambiente, considerando os impactos da exploração de recursos sobre os ecossistemas e a qualidade de vida humana. É um campo especializado da economia que se dedica ao estudo de como a sociedade utiliza, gerencia e preserva os recursos naturais, avaliando também as implicações econômicas das políticas ambientais e a sustentabilidade do crescimento econômico.
A economia dos recursos naturais examina como a escassez desses recursos e as externalidades ambientais afetam a alocação eficiente e a sustentabilidade de seu uso. As externalidades ocorrem quando o uso de um recurso impõe custos ou benefícios a terceiros que não são refletidos no preço de mercado. Por exemplo, a poluição resultante da queima de combustíveis fósseis gera custos sociais substanciais em termos de saúde pública e mudanças climáticas, que não são diretamente pagos pelos poluidores.
De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), as medidas significativas não forem adotadas, o mundo pode atingir um aumento de temperatura de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais já na década de 2030. Este aumento exacerbará os riscos associados às mudanças climáticas, incluindo eventos climáticos extremos e perda de biodiversidade.
A integração das questões ambientais na economia enfrenta diversos desafios, como a insuficiência de dados, a complexidade das interações ecológicas e a disparidade de interesses entre diferentes grupos sociais. A transição para uma economia de baixo carbono e a preservação da biodiversidade requerem inovação tecnológica, reformas institucionais e mudanças no comportamento de consumo.
A economia circular e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas fornecem diretrizes para promover uma economia que maximiza a eficiência dos recursos, minimiza resíduos e reduz impactos ambientais. Em 2023, a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) projetou que a adoção em larga escala de energias renováveis poderia resultar em economias de até 5,5 trilhões de dólares em custos de saúde, subsídios e mitigação das mudanças climáticas até 2050.
Assim, a economia dos recursos naturais e ambientais é vital para o desenvolvimento sustentável. Utilizando princípios econômicos para internalizar externalidades, promover a eficiência e a valorização dos bens ambientais, esta área busca harmonizar as atividades humanas com os limites ecológicos do planeta. A adoção de práticas econômicas mais sustentáveis é essencial para garantir que as gerações futuras possam desfrutar dos benefícios dos recursos naturais sem comprometer a integridade dos ecossistemas.
*Andrew Silva Alfaro graduado no curso de Auditoria em Saúde e pós-graduado no curso de Auditoria em Saúde pelo Centro Universitário Internacional Uninter. Atualmente atua como professor (tutor) nos cursos de Gestão em Vigilância em Saúde e Práticas Integrativas e Complementares pelo Centro Universitário Internacional Uninter.