Por Samyra Crespo –
Diversidade e abundância é o que a natureza nos oferece.
As fotos exibidas abaixo mostram uma riqueza de cores, sabores a que vamos renunciando.
Quando foi que ficamos monocromáticos e criamos a escassez? A ditadura da “bata inglesa” – que nem inglesa é?
Olhando para as culturas antigas, é comum pensar no povo egípcio como a “civilização do trigo”. Nos povos andinos como a civilização do milho e da batata. Nos indígenas brasileiros, a civilização da manioca, a nossa mandioca.
Historicamente está provado: quanto mais diversificada a base alimentar, menos risco de doença, carências nutricionais e ciclos de fome.
cultivar alimentos que tem a ver clima e solo do seu bioma cria identidade, conexão com sua paisagem e gratidão para com o que é ofertado.
Quando as “sementes crioulas” desaparecem resta a ditadura da monocultura industrial. E ficamos dependentes dos pacotes tecnológicos de empresas do agro pop-tóxico.
Quando o supermercado e a indústria de processados ditam nossa dieta alimentar estamos abandonando aprendizados de uma cultua alimentar que é acúmulo de regiões e povos.
Graças à globalização é possível conhecer e adotar os hábitos alimentares de um grande número de populações.
Mas o efeito colateral disso se faz sentir. Um caso clássico é a escassez de determinados peixes, como o atum, por exemplo, devido a expansão do hábito de comer sushi e sashimi fora da Ásia.
Pensar nisso pode ajudar a requalificar a concepção da merenda escolar se você é um gestor, as feiras orgânicas se você é um vereador, o mercado produtor local se você é prefeito, os incentivos à agroecologia se você está no front das políticas públicas. Também a comida que preparamos em casa (papel do consumidor).
Por meio da alimentação saudável, sustentável – livre de agrotóxicos, hormônios e metais pesados, é possível incentivar toda uma cadeia produtiva que precisa ser sustentada para não desaparecer.
Mudar a realidade parece difícil. Mas se criamos o problema é possível criar a solução. E a solução começa como uma decisão individual, para depois tornar-se coletiva.
Toda causa nasce de um sonho ou de uma indignação que parece ser só nossa. Mas se olhamos em volta e nos conectamos, logo vemos que não estamos sozinhos.
Vencer a nossa própria inércia é o principal desafio.
* fotos trazidas da Página do ambientalista Clayton Lino
#Envolverde