Uma matriz energética composta somente por energia alternativa renovável e de relativo baixo custo – tudo isso aliado a um grande crescimento na economia. O que para muitos pode parecer difícil de acontecer é algo que pode ser atingido até 2050 na Austrália, maior país da Oceania e de condições climáticas bastante semelhantes ao Brasil. As informações estão no estudo Australia can Cut Emissions Deeply and the Cost is Low, encomendado pelo WWF-Austrália em parceria com a Australian National University.
Publicado nessa terça-feira, 23 de abril, o relatório aponta que a queda no custo da redução das emissões permite que a Austrália seja ambiciosa em seus objetivos climáticos e de energias renováveis. O relatório aparece no momento em que o mundo está em processo de divulgação de seus compromissos de redução de emissões de carbono, com vistas à 21a Conferência- Quadro das Nações Unidas sobre a mudança do clima (COP-21), em Paris, no final do ano.
Um dos exemplos citados na publicação é a queda no custo das usinas de energia solar em grande escala. Segundo o estudo, o valor praticado hoje corresponde à metade do que o governo australiano estimava para o ano de 2030. Além disso, os principais cenários divulgados mostram que a economia do país vai crescer para cerca de duas vezes e meia o seu tamanho atual em 2050, enquanto as emissões são reduzidas drasticamente abaixo dos níveis atuais.
“A Austrália pode atingir zero emissões líquidas recorrendo à eficiência energética, à mudança para um sistema elétrico de zero emissões de carbono, à troca do uso direto de combustíveis fósseis para energia elétrica descarbonizada e à melhoria os processos industriais”, disse o autor do relatório, Professor Frank Jotzo, acrescentando que “a abundância de recursos renováveis” da Austrália significa que ela é “um dos países mais bem colocados no mundo para se mudar para um fornecimento de energia elétrica totalmente renovável.”
Assim como o Brasil, a Austrália é um país de grande extensão territorial, localizado na parte sul do hemisfério, com grande incidência solar e com área de alta presença de ventos, o que favorece a geração de energia por alternativas renováveis.
Além dos ganhos ambientais, o relatório elencou outros benefícios significativos para o corte de emissões, como a redução da poluição do ar, melhoria dos resultados na área da saúde e aumento da segurança energética em alguns casos. (WWF Brasil/ #Envolverde)
* Com informações do jornal Renew Economy (reneweconomy.com.au).
** Publicado originalmente no site WWF Brasil.