Por ONU Brasil –
No dia 8 de março deste ano, o Dia Internacional das Mulheres foi celebrado com o tema “Igualdade de gênero hoje para um amanhã sustentável”. Esta data serve para sensibilizar as pessoas quanto a desigualdade de gênero no mundo e para celebrar os sucessos das mulheres.
Todo ano, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) reconhece heroínas e heróis que nos inspiram e encoraja pessoas a se unirem e defenderem um futuro mais limpo por meio do prêmio Campeões da Terra.
Conheça as campeãs que estão tomando ações corajosas para tornar nosso mundo um lugar melhor.
Foto: © PNUMA
No dia 8 de março deste ano, o Dia Internacional das Mulheres foi celebrado com o tema “Igualdade de gênero hoje para um amanhã sustentável”. Esta data serve para sensibilizar as pessoas quanto a desigualdade de gênero no mundo e para celebrar os sucessos das mulheres.
Todo ano, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) reconhece heroínas e heróis que nos inspiram e encoraja pessoas a se unirem e defenderem um futuro mais limpo por meio do prêmio Campeões da Terra.
Conheça as campeãs que estão tomando ações corajosas para tornar nosso mundo um lugar melhor.
Mulheres do Mar da Melanésia
Quando você treina uma mulher, você treina uma sociedade.
Para a maioria das pessoas, nadadeiras, máscaras e roupas de Neoprene são equipamentos recreativos. Mas para o grupo sem fins lucrativos Mulheres do Mar da Melanésia, são ferramentas de mudança. Revestidas por equipamento de mergulho, a equipe de mais de 30 integrantes mapeia a saúde dos delicados recifes de corais que cercam a Melanésia, um conjunto de Estados insulares no Sul do Pacífico. Seu objetivo: ensinar técnicas de mergulho e conhecimentos da biologia a mulheres para elas poderem monitorar a saúde dos recifes e criar e restaurar áreas de proteção marinha.
As Mulheres do Mar da Melanésia trabalham no chamado Triângulo de Corais, uma área que cobre cerda de 5,7 milhões de km² entre a Grande Barreira de Corais e os arquipélagos da Melanésia e do Sudeste Asiático. A área também é particularmente ameaçada pelo crescimento populacional e por níveis elevados de resíduos.
As Mulheres do Mar passam por um rigoroso treinamento em biologia marinha, complementado por uma formação prática em técnicas de inspeção de recifes e ecologia de recifes de corais. Depois, aprendem a mergulhar. Em compensação, dizem as Mulheres do Mar, elas desafiam as convenções indígenas sobre o papel da mulher no lar, na comunidade e na sociedade.
“Estamos tentando instruir as mulheres, e envolvê-las, para que depois possam retornar e causar um impacto em suas próprias famílias e em sua sociedade também”.
Maria Kolesnikova
“Queríamos entender mais sobre o que estava no ar que respirávamos, e quais dados a cidade coletava para tentar melhorar a situação” — Kolesnikova, diretora da MoveGreen.
Em 2016, Maria Kolesnikova passou a ser voluntária da MoveGreen, uma organização ambiental liderada por jovens com sede no Quirguistão. Kolesnikova e a MoveGreen se preocupavam com a qualidade do ar na capital do Quirguistão, Bishkek, uma cidade de um milhão de habitantes que vive uma das piores poluições atmosféricas do mundo. Durante o inverno, a cidade fica muitas vezes enclausurada sob uma espécie de cúpula de fumaça e neblina, ambas derivadas de seu ambiente natural.
Kolesnikova e a equipe mediram, pela primeira vez, a qualidade do ar em Bishkek — o que nunca havia sido feito antes. Iniciaram então uma campanha chamada School Breathes Easily (Escolas respiram mais fácil, na tradução literal), com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre os perigos da poluição do ar.
Hoje, existem mais de 100 sensores de poluição do ar no Quirguistão. A MoveGreen — cuja diretora é Maria Kolesnikova, hoje — também desenvolveu um aplicativo chamado AQ.kg, que mede a poluição do ar em tempo real em duas das maiores cidades do país: Bishkek e Osh.
“Muitas vezes, você pode ficar desmotivado como ativista — você trabalha tanto, mas não vê os resultados dos seus esforços e, no final, sente que não quer mais continuar”, explica Kolesnikova. “Mas então você percebe, não. Alguém tem que assumir a responsabilidade pelo futuro. Por que não eu?”
Dra. Gladys Kalema-Zikusoka
“Estamos realmente adaptando o modelo de prevenção de zoonoses à prevenção de COVID-19” — Dra. Gladys Kalema-Zikusoka
A Dra. Gladys Kalema-Zikusoka é uma veterinária de vida selvagem que passou três décadas ajudando a proteger alguns dos primatas mais raros do mundo — incluindo o gorila-das-montanhas — em comunidades remotas ao longo da África Oriental.
Kalema-Zikusoka foi a primeira veterinária de vida selvagem da Uganda Wildlife Authority (Autoridade da Vida Selvagem de Uganda, em tradução literal). Nesse órgão, começou a adotar o que seria uma nova abordagem para o trabalho com a vida selvagem — centrada em melhorar a vida e a subsistência nas vilas remotas que cercam Bwindi.
Ela acredita que a melhoria da qualidade de vida dos habitantes locais fará com que eles estejam mais dispostos a apoiar os esforços de conservação. Este é o fundamento de sua própria organização, a Conservation Through Public Health (Conservação por Meio da Saúde Pública, em tradução literal), que fundou há quase 20 anos.
A organização promove práticas de higiene e saneamento e também ajuda no planejamento familiar das comunidades locais. O modelo de saúde comunitária de Kalema-Zikusoka já foi expandido para as áreas protegidas do Parque Nacional de Virunga, na República Democrática do Congo, e também para duas áreas no Parque Nacional do Monte Elgon, em Uganda.
Reconhecida mundialmente, Kalema-Zikusoka diz que tem esperança de que ela inspire outros jovens africanos a se profissionalizar na área de conservação. “Há uma falta de representação local de conservacionistas. Precisamos de mais campeões locais, porque essas são as pessoas que se tornarão responsáveis pelas decisões de suas comunidades e países”, afirma a veterinária.
Mia Mottley
“Nosso mundo não sabe com o que está brincando, e se não controlarmos este incêndio, todos seremos queimados” — Mia Mottley, Primeira-Ministra de Barbados.
Quando a primeira-ministra de Barbados, Mia Amort Mottley, subiu ao palco na Assembleia Geral das Nações Unidas neste ano, ela não estava disposta a ser simpática. Diante de lideranças mundiais, denunciou os “poucos anônimos” que estão levando o mundo para uma catástrofe climática e ameaçam o futuro dos pequenos Estados insulares, como o seu próprio.
O discurso comovente foi manchete em todo mundo e, para muitos, foi uma apresentação de quem é Mottley. Mas a primeira-ministra de Barbados e Campeã da Terra na categoria Liderança Política esteve há anos se dedicando às campanhas contra a poluição, a mudança climática e o desmatamento, tornando Barbados um pioneiro no movimento global pelo meio ambiente.
Sob sua liderança, o país segue um plano ambicioso para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis até 2030. Sua ideia é que quase todas as casas da ilha tenham painéis solares e um veículo elétrico na frente. Também supervisionou uma estratégia nacional para plantar mais de 1 milhão de árvores, com a participação de toda a população.
Mottley acredita que enfrentar o declínio ambiental é fundamental para impulsionar o desenvolvimento econômico e combater a pobreza. Ela também enfatiza sobre como as nações em desenvolvimento, especialmente os pequenos estados insulares, são mais vulneráveis às mudanças climáticas.
Sobre o Prêmio Campeões da Terra
O Prêmio Campeões da Terra foi instituído pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em 2005. É um programa anual de prêmios que reconhece líderes marcantes da sociedade civil, tanto do setor privado quanto do setor público, cujas ações têm impactado positivamente o meio ambiente.
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