Catástrofes ambientais, altas temperaturas, secas e mudanças climáticas são apenas alguns dos reflexos dos danos causados pelo homem na natureza. A fim de reforçar a luta em defesa do meio ambiente, promovendo uma reflexão sobre a importância do planeta e o desenvolvimento da consciência ambiental, o dia 22 de abril foi declarado como sendo o Dia da Terra, também conhecido como Dia Internacional da Mãe Terra.
Dada a importância do assunto, a preocupação com questões ambientais tem sido uma das temáticas mais recorrentes entre governos em todo mundo. No Brasil, temos acompanhado avanços em relação à preservação ambiental, sendo que no último ano, o desmatamento na Amazônia caiu 50,5% de janeiro a novembro em relação ao mesmo período de 2022, segundo dados do sistema Deter, do Inpe. Além disso, o país sediará a COP30, na cidade de Belém (PA), em 2025. Essa será a primeira cúpula do clima na Amazônia.
Nesse cenário, Ana Calçado, CEO e presidente da Wylinka, organização sem fins lucrativos que tem como propósito transformar o conhecimento científico em inovações que melhorem o dia a dia das pessoas e promovam o desenvolvimento econômico, social e sustentável do Brasil, ressalta que as deep techs são uma tendência no setor de inovação, com uma pegada social e ambiental muito fortes.
O termo as deep techs vem sendo aplicado para designar startups e ecossistemas que abraçam sem medo tecnologias complexas ou resolução de problemas de alto impacto. Isso abrange de hardware, biotech, mix de tecnologias exponenciais até software. Ou seja, a sua relevância para o mercado e para a sociedade é muito maior porque elas se propõem a resolver problemas de interesse público como energias limpas, queda do desmatamento, bioeconomia, entre outros.
“Pesquisas em hidrogênio verde, por exemplo, também vem ganhando holofotes, principalmente no Nordeste do Brasil, onde está localizado o hub mais avançado em hidrogênio verde do país. Para se ter uma ideia, essa inovação é apontada como a fonte de energia do futuro, capaz de zerar as emissões de carbono na atmosfera. Ou seja, um segmento que vem em constante evolução, um terreno fértil para a atuação das deep techs e para o desenvolvimento de novas soluções tecnológicas capazes de ajudar a resolver problemas nesse segmento”, comenta Ana.
A fim de promover iniciativas de impacto ambiental, o setor privado também tem se solidarizado com o tema, investimento em soluções que não só diminuam os danos ambientais, mas que também preservem a natureza. Listamos quatro startups que estão impactando positivamente o meio ambiente:
Infinito Mare
A fim de monitorar e de despoluir ambientes aquáticos, a Infinito Mare desenvolveu a “Caravela”, uma Solução Baseada na Natureza (SbN) que utiliza algas nativas para monitorar e despoluir enquanto estimula a captação de CO2 da atmosfera. Além disso, a biomassa algal pode servir de insumo para produção de subprodutos como fibras de tecido e biocombustíveis. A startup foi fundada em 2019 e, em 2023, foi acelerada pelo InovAtiva de Impacto Socioambiental, no qual encerrou essa jornada como startup destaque nacional no âmbito ambiental. A partir daí, vem se destacando na luta pela recuperação das águas e no compromisso contra a poluição.
NAtiva – Ativos do Brasil
A NAtiva desenvolve soluções endereçadas à saúde e bem estar, a partir dos ativos da biodiversidade brasileira. Com marcos pioneiros, a startup vem atuando em codesenvolvimento no escalonamento do NTV01 com uma indústria farmacêutica referência em inovação, além de atuar na construção de sua plataforma que contém um banco de dados e insumos vegetais focado na otimização da descoberta de novos bioativos. Ainda, a NAtiva busca estabelecer parcerias, conexões e colaborações que permitam comprovar o valor da floresta, promovendo a restauração e conservação da biodiversidade, alinhando as práticas ESG ao fortalecimento da bioeconomia. Recentemente, as fundadoras da startup conquistaram o prêmio “Mulheres Inovadoras Finep 2023”, além da startup ter sido destaque no Ciclo 2023.2 no InovAtiva de Impacto.
SIMF – Sistema de Informação do Modelo Florestal
A SIMF é uma empresa fundada no parque tecnológico do Porto Digital em Recife e apresenta uma linha de produtos de apoio às atividades na área de gestão ambiental. Nesse sentido, coleta informações sobre zonas de preservação, apresentando informações geoespaciais que incluem: quantidade de árvores, biomassa e sequestro de carbono de uma determinada região analisada. Além da análise, gera arquivos de suporte para as equipes de gestão ambiental, que podem ser utilizados tanto em processos internos quanto em campo. Com o foco em inteligência artificial e machine learning aplicados em dados LiDAR, busca atender às necessidades do setor privado e público.
Carbono 14
Startup de inovação em meio ambiente, a Carbono 14 desenvolve um produto para o controle do Coral-Sol, utilizando seu esqueleto calcário como matéria prima para a produção de sementeiras com o objetivo de cultivar corais nativos para restaurar recifes de coral. Na busca pela conservação do ambiente natural e sustentabilidade nas esferas ambiental, social e econômica, a empresa planeja e executa serviços ambientais buscando encontrar um equilíbrio adequado entre desenvolvimento e conservação ambiental, destacando-se com propostas inovadoras, articuladas com a ciência e a valorização do conhecimento. Alguns dos serviços ofertados são: Gerenciamento costeiro; Manejo e controle das espécies invasoras; Estudos socioambientais; Palestras e cursos; e Elaboração e implantação de projetos socioambientais.