por Suzana Camargo – Texto publicado em no site Conexão Planeta –
Ele é um dos biomas mais mágicos e surpreendentes do país. É Patrimônio da Humanidade e Reserva da Biosfera.
E todos os anos, o ciclo das águas provoca mudanças drásticas no Pantanal, a maior planície alagável de água doce do mundo.
Esta savana seca e árida, de maio a novembro, torna-se um enorme pântano durante os meses seguintes. Jacarés, capivaras, ariranhas, onças e aves – incluindo a arara-azul-grande, o maior papagaio do mundo -, vêm e vão, seguindo o ritmo das águas. Vivem na região mais de 650 espécies de aves e 130 de mamíferos.
E dois dos maiores fotógrafos brasileiros – Sebastião Salgado e Araquém Alcântara -, fizeram uma viagem recente ao Pantanal para registrar toda essa beleza e biodiversidade. Eles foram mais especificamente para a Serra do Amolar.
A região fica encravada entre Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e a fronteira boliviana. Tem montanhas, rios, lagoas e campos alagados. E é habitat de uma grande população de onças-pintadas.
Criado em 2002, o Instituto Homem Pantaneiro (IHP) atua na conservação de todo esse bioma e sua cultura local. Todavia, desde 2008, o principal projeto da entidade é a Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar.
Agora, Salgado e Alcântara se unem para ajudar o trabalho do instituto. Os fotógrafos doaram as imagens produzidas no Pantanal para serem vendidas em uma exposição, que abrirá ao público, em 8 de abril, na capital paulista. No total, são doze fotografias em preto-e-branco.
A mostra fica em cartaz até 26 de abril, na Galeria Roberto Camasmie, em São Paulo. Toda a renda obtida com a venda das obras será revertida para o Instituto Homem Pantaneiro.
Dois ícones da fotografia
Araquém Alcântara, 68 anos, é considerado como um dos precursores da fotografia de natureza no Brasil. Foi o primeiro profissional da área a documentar todos os parques nacionais do país e a produzir uma edição especial de colaborador para a National Geographic Society (Bichos do Brasil).
Realizou ainda ensaio sistemático sobre os ecossistemas e as unidades de conservação brasileiras, trabalho que só finalizou após vinte e dois anos de incessantes expedições pelo sertão.
Um dos maiores fotógrafos da atualidade, o mineiro Sebastião Salgado cresceu na fazenda de gado do pai, no município de Aimorés. Depois de anos viajando pelo mundo e registrando imagens impactantes que o tornaram conhecido internacionalmente, decidiu voltar ao Brasil.
No premiado documentário Sal da Terra, confessa que após fazer a cobertura do genocídio de Ruanda, entrou em uma crise profunda e se sentiu descrente da humanidade.
Recuperado da tristeza, lançou um novo projeto – Gênesis – um contundente e belíssimo retrato da natureza ainda intocada e majestosa do planeta. Em paralelo, Salgado e a esposa criaram o Instituto Terra, responsável por recuperar mais de 7 mil hectares de áreas degradadas na região do Vale do Rio Doce, com mudas de espécies de Mata Atlântica.
Exposição Pantanal “Serra do Amolar”
Data: 08/04 a 26/04
Horário: segunda a sexta, das 10h às 18h, e sábados das 11h às 14h
Local: Galeria Roberto Camasmie
Endereço: R Bela Cintra, 1992 Cerqueira César, S. Paulo, SP
Entrada gratuita
Fotos: divulgação/Araquém Alcântara e reprodução Facebook
Suzana Camargo – Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.
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