Talvez nada tenhamos a comemorar nesta semana. São inúmeros os exemplos das tristes tentativas de cada vez mais fragilizar o licenciamento ambiental brasileiro. Instrumento esse que, às vezes, é a única forma de barrarmos ou transformarmos certas iniciativas e propostas indecorosas ou mal projetadas.
Sabemos também do retrocesso que nosso país está vivendo, não só em termos ambientais!
Sabemos ainda de todos os múltiplos conflitos que a presença das estradas traz, tanto para nosso dia a dia como para a biodiversidade.
Mas o que adianta ficarmos parados, esperando a mudança acontecer?! Ela pode começar com cada um de nós, de pouquinho em pouquinho. Sim, devemos pressionar os órgãos públicos e as empresas para grandes mudanças, como, por exemplo, adequações nas estradas para segurança tanto do usuário quanto da fauna. Mas podemos também fazer mais.
Hoje, não quis trazer muitos dados e artigos científicos de como podemos reduzir os efeitos das estradas sobre a fauna. Acho que para a especial Semana do Meio Ambiente vale uma reflexão: o que você faz para reduzir os atropelamentos de fauna? Você, individualmente, quando está viajando pelas estradas.
Proponho uma coluna debate: comente sobre seus hábitos ao viajar que podem evitar atropelamentos ou outros danos à fauna. O espaço para comentários está embaixo para ser usado.
Antes mesmo de saber as respostas, trago aqui algumas dicas. Não são embasadas em fatos científicos propriamente ditos, mas podem ajudar a minimizar o conflito entre estradas e fauna:
- Respeite os limites de velocidade;
- Reduza, quando seguro, a velocidade ao avistar um animal;
- Viaje de dia. É mais seguro para você e para os animais;
- Não jogue restos de alimentos pela janela do seu carro! Dê o destino correto ao seu resíduo. Mesmo uma casca de fruta pode ser um atrativo para os animais, aumentando a chance de eles serem atropelados;
- Aumente sua atenção se estiver trafegando em áreas mais próximas a unidades de conservação ou que ainda possuam ambientes conservados.
Sei que, às vezes, achamos que individualmente não conseguimos grandes mudanças, mas pensem: somos mais de 65 milhões de veículos no Brasil!
São pequenas 65 milhões de mudanças diárias que podem fazer a diferença!
Larissa Oliveira Gonçalves – Bióloga, mestre e doutora em Ecologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É pesquisadora colaborada do Núcleo de Ecologia de Rodovias e Ferrovias da mesma universidade (NERF-UFRGS)