Por Reinaldo Canto direto de Brasília especial para a Envolverde –
Mesmo antes da abertura oficial o Fórum Mundial já foi palco de inevitáveis embates sobre o uso da água
A pergunta não está sendo formulada dessa maneira, mas é óbvio que diante da escassez essa será uma questão fundamental durante toda a semana da realização do Fórum Mundial da Água que está sendo realizado pela primeira vez, não só no Brasil, como em todo o Hemisfério Sul.
Nos próximos dias são esperados ao menos sete mil representantes de 150 países para as discussões de alto nível e cerca de 40 mil visitantes para acompanhar debates, feiras e exposições.
No sábado, 17 foi aberta a Vila Cidadã localizada no entorno do Estádio Mané Garrincha.
Nesse local serão realizadas diversas atividades de empresas com seus stands de divulgação, espaços para palestras e seminários que irão avaliar inúmeros aspectos sobre a situação da água no mundo, mas é claro com enorme destaque para a situação do insumo em nosso país.
Com entrada gratuita centenas de pessoas formaram grandes filas para visitar a Vila Cidadã. Muita gente que ali compareceu ressaltou a importância da água para a vida de todos. Como muitos desses visitantes são do próprio Distrito Federal, não é de se surpreender com esse nível de consciência, pois Brasília, assim como São Paulo, entre outros estados enfrentou recentemente sérios problemas de abastecimento.
Voltando a questão da água como direito humano, um primeiro encontro na Arena, localizada no interior da Vila Cidadã, reuniu ambientalistas, entre eles, o coordenador do debate, André Lima, ex-secretário de meio ambiente do Distrito Federal e Marussia Whately, coordenadora da Aliança pela Água. Ali o tom foi de dar um sonoro não ao entendimento de que a água é uma mercadoria. Os debatedores foram uníssonos em afirmar que a água é sujeito de direito e as desigualdades já tão gritantes na sociedade brasileira ainda se refletem no acesso a água potável e de qualidade.
Diante desses primeiros sinais, o Fórum Mundial da Água, evento bancado pelo setor privado, terá o grande desafio de compatibilizar esses direitos das pessoas e a necessidade da água para a produção das empresas. Afinal, todos precisam dela para sobreviver e o futuro de escassez cada vez mais severa apresenta um cenário de conflito permanente. (#Envolverde)