Por ClimaInfo –
As queimadas no Pantanal e na Amazônia estão sendo sentidas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Imagens do INPE mostram a fumaça chegando a Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Por ora, em razão de sua altitude (entre 1.000 e 2.000 km), as nuvens de cinzas e poeira não causam desconforto nestas regiões.
A indicação mais evidente da fumaça pode ser observada no pôr-do-sol, com a luminosidade do céu mais alaranjada ou avermelhada, a depender da concentração de poeira.
No entanto, nas cidades próximas aos focos de queimadas, a qualidade do ar está piorando rapidamente com o avanço das chamas e a persistência do tempo seco. Em Cuiabá (MT), as pessoas precisam lidar com problemas respiratórios causados pelo ar carregado em um contexto de pandemia. No Estadão, André Borges diz que a inalação, uma prática habitual em unidades de saúde nesse período do ano, está proibida. Isso prejudica aqueles que são mais vulneráveis ao tempo seco, como crianças, idosos e pacientes com doenças respiratórias crônicas.
Enquanto o fogo se alastra e a fumaça intoxica as pessoas no Pantanal e na Amazônia, o governo federal segue batendo cabeça. Mourão afirmou que os incêndios florestais não são “padrão Califórnia” e minimizou os registros do INPE de fogo na Amazônia: “Qualquer evento acima de 47 graus sinaliza como foco de calor, como se eu acender uma fogueirinha.”
Já Salles falou de “questões ideológicas” que teriam contribuído para o descontrole do fogo no Pantanal. O ministro usou o argumento do “boi bombeiro”, defendido pelo chefe da Embrapa Territorial Evaristo de Miranda, o qual diz que a retirada do gado de grandes áreas no Pantanal para criação de áreas de proteção ambiental teria contribuído para a proliferação dos incêndios neste ano. Já tratamos aqui dessa falácia.
O avanço da fumaça das queimadas no Pantanal e na Amazônia sobre os céus de Sul-Sudeste foi matéria de Estadão, G1 e Reuters.
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