A Fundação Florestal (FF) realizou em julho uma importante ação de reflorestamento nos parques estaduais Carlos Botelho, Caverna do Diabo e Rio Turvo, no Vale do Ribeira, com o lançamento de seis toneladas de sementes de palmeira-juçara (Euterpe edulis) em uma área de 120 hectares. O objetivo da iniciativa é aumentar a população dessa espécie nativa da Mata Atlântica.
A dispersão das sementes foi realizada por meio de um helicóptero, técnica que simula a chuva natural de sementes da palmeira, e marcou a 30ª operação do Programa de Conservação da Palmeira-Juçara, conhecido como Pró-Juçara. O programa, criado em 2021, é uma iniciativa pioneira que envolve comunidades locais e pequenos produtores, promovendo uma mudança cultural sobre a importância da palmeira em pé, que é mais valiosa do que quando cortada para a extração do palmito.
A palmeira-juçara é uma espécie fundamental para o ecossistema, já que produz frutos em períodos de escassez na floresta. No entanto, a exploração descontrolada do palmito levou a espécie a figurar nas listas de ameaçadas de extinção. Para reverter essa situação, o Pró-Juçara já lançou cerca de 60 toneladas de sementes em 1.200 hectares de 17 Unidades de Conservação (UCs) em São Paulo, com foco na preservação do Vale do Ribeira e da Serra do Mar.
Além do aspecto ambiental, o programa busca desestimular a cultura extrativista da palmeira-juçara, oferecendo alternativas de sustento para as comunidades locais por meio do cultivo e da venda de sementes para reflorestamento e da polpa da juçara. Conhecida como o “açaí da Mata Atlântica”, a polpa possui características nutricionais superiores e um sabor mais suave em comparação ao açaí amazônico.