Representantes de cerca de 30 fundações filantrópicas globais estão reunidos no Rio de Janeiro para o 4º Diálogo das Fundações, evento organizado pela UNESCO, em parceria com a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Realizado pela primeira vez na América Latina, o encontro visa construir propostas concretas e somar forças e investimentos a favor da sustentabilidade marinha. Em meio à Década do Oceano da ONU (2021-2030), o evento, que segue até quinta-feira, dia 5, também busca atrair novos atores locais para conectar o oceano a diversas áreas do conhecimento, como economia, ciência, educação, comunicação, inovação, inclusão social, entre outras.
O primeiro dia de debates, ocorrido no Museu do Amanhã, contou com a participação de cerca de 80 pessoas de diferentes nações. Entre os presentes estavam Julian Barbière, coordenador global da Década do Oceano da ONU e chefe da seção de política marinha da UNESCO; Fábio Eon, coordenador de Ciências Naturais e Ciências Humanas e Sociais da UNESCO no Brasil; Oskar Metsavaht, embaixador da Boa Vontade da Unesco e fundador da marca Osklen e do Instituto E; Fabrício Bozzato, diretor do setor de visão e ação oceânica da Sasakawa Peace Foundation; e Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário.
“Esta é uma oportunidade de trabalhar em conjunto, de criar mais benefícios para as pessoas e a biodiversidade e de gerar mudanças para um oceano saudável. Devemos pensar no nosso futuro e em como nos posicionar para alcançar ações concretas”, afirmou Barbiére. “Menos de 0,2% do PIB é direcionado para a conservação da natureza. A natureza e o oceano precisam mais. Precisamos mobilizar outros setores para se unirem a nós”, frisou Malu Nunes.
Além de promover a busca por novas parcerias estratégicas e planos de ação para potencializar iniciativas em prol de um oceano mais limpo, saudável e sustentável, o Diálogo das Fundações tem a inclusão como um dos temas transversais. Por exigirem altos investimentos, as pesquisas e projetos oceânicos ainda são concentrados em países do hemisfério norte e são pouco representativos e diversos, com pouco envolvimento de mulheres, comunidades tradicionais e outras minorias.
Outro tema em destaque no encontro é a busca por mais engajamento da sociedade a favor da causa oceânica. Pesquisas identificam que muitas pessoas ainda não compreendem a importância do oceano para suas vidas. No Brasil, por exemplo, uma pesquisa realizada pela Fundação Grupo Boticário em 2022 mostrou que 40% dos brasileiros não compreendem a influência do oceano em suas vidas e 26% acreditam que não geram impactos ao ambiente marinho.
Participam do Diálogo das Fundações cúpulas de instituições como Belmont Forum, BNP Paribas Foundation (França), Fundación Avina (América Latina), Fundación MarViva (América Latina), Gordon and Betty Moore Foundation (EUA), Inter-American Institute for Global Change Research, International Foundation for Aids to Navigation (Reino Unido), Khaled bin Sultan Living Oceans Foundation (Arábia Saudita), Ocean Policy Research Institute of the Sasakawa Peace Foundation (Japão), Oceankind, Remmer Family Foundation (EUA), Schmidt Ocean Institute (EUA).
