Nota do Observatório do Clima –
Em nova ação de desmonte ambiental para atender aos lobbies paroquiais mais atrasados, o governo Bolsonaro revogou nesta quarta-feira (6) o decreto 6.961/2009, que há uma década protege a Amazônia e o entorno do Pantanal da expansão da cana-de-açúcar.
O zoneamento da cana, formalmente defendido até mesmo pela Unica, a união da indústria do setor, era o principal diferencial ambiental do biocombustível brasileiro. Foi esse decreto que impediu que as exportações de etanol do país sofressem restrições internacionais como as impostas ao biodiesel da Indonésia, ligado ao desmatamento.
A revogação desta quarta-feira, assinada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, é publicada no mesmo dia da Conferência Brasileira sobre Mudança do Clima, em que o Observatório do Clima lança novos dados mostrando o papel fundamental que os biocombustíveis tiveram em evitar uma forte alta nas emissões brasileiras de carbono em 2018.
Com seu ato, os dois ministros, tidos como a “ala razoável” do governo, expõem dois biomas frágeis à expansão predatória e economicamente injustificável da cana e jogam na lama a imagem internacional de sustentabilidade que o etanol brasileiro construiu a duras penas.
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