Equipes do Inventário Florestal Nacional (IFN) estão percorrendo a Amazônia com o objetivo de coletar dados sobre as condições das florestas e realizar entrevistas com moradores. Nos estados do Acre, Maranhão, Tocantins e na região de Manaus, no Amazonas, as equipes foram capacitadas em março e deram início ao trabalho de campo, com previsão de quase 700 pontos de coleta de dados.
Além destas regiões, o levantamento também está sendo realizado em Roraima desde setembro de 2017 e a previsão é terminar em julho, com coleta de dados em 201 pontos da floresta. Realizado pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB), órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, o levantamento já foi concluído em Rondônia, parte do Pará e do Mato Grosso.
A expectativa é que a coleta de dados em campo em toda a Amazônia seja concluída até o final de 2020. O levantamento conta com investimento do Fundo Amazônia, num total de mais de R$ 65 milhões.
O objetivo é conhecer não só a quantidade dos recursos florestais como também o estado de conservação, a sua diversidade e a relação da população com as florestas. “Produzir informações sobre as florestas é uma forma de valorizá-las, de potencializar o seu manejo sustentável e de influenciar na formulação de políticas que fortaleçam o uso adequado de seus recursos e a permanência das florestas em pé”, explica Joberto Freitas, diretor de Pesquisa e Informações Florestais do Serviço Florestal.
De acordo com o diretor, os resultados poderão orientar a formulação de políticas de conservação, uso e desenvolvimento florestal. “A biodiversidade da Amazônia e seu estado de conservação ainda são pouco conhecidos. O IFN está fazendo um levantamento detalhado em campo da floresta, o que inclui dados sobre a flora, o solo, estoque de carbono, o uso que a população faz da floresta, entre outros dados”, explica Freitas.
A Amazônia é a maior reserva de biodiversidade do mundo e o maior bioma do Brasil – ocupa 420 milhões de hectares, quase metade do território nacional. O bioma cobre totalmente cinco estados (Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Roraima), quase totalmente Rondônia (98,8%) e parcialmente Mato Grosso (54%), Maranhão (34%) e Tocantins (9%).
As equipes estão indo a campo medir as árvores, analisar sua saúde e vitalidade, coletar amostras do solo e de material botânico, entre outros aspectos. Além disso, são realizadas entrevistas com moradores do entorno das áreas pesquisadas para levantar informações sobre a sua relação com a floresta e o uso dos recursos florestais.
Realizada em todo o país, a coleta de dados do Inventário Florestal Nacional já foi concluída em 48% dos estados: Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina e Sergipe. Em outros 11 estados (40,7%), o levantamento está em andamento.
Quase 51 mil amostras botânicas e mais de 12 mil amostras de solo foram coletadas, entre outros dados, em mais de 6 mil pontos do país. Além disso, quase 17 mil pessoas já foram entrevistadas pelas equipes do IFN nas proximidades das áreas pesquisadas.(#Envolverde)