Os últimos dias foram marcados por tensão na Terra Indígena Baú, localizada no sudoeste do Pará. Na última 5ª feira (19/5), um grupo Kayapó deteve nove garimpeiros que atuavam ilegalmente na Reserva. Os invasores atuavam no garimpo Terra Velha, reativado no começo do ano com a entrada de garimpeiros ilegais e a cooptação de alguns indígenas em seu favor.
Os indígenas temem que aliados dos garimpeiros, inclusive da própria comunidade, possam tentar resgatá-los e retaliar contra as aldeias. Nas redes sociais, o líder Kayapó Myudjere Kayapó alertou que a situação pode causar um “derramamento de sangue”. No domingo (22/5), a Federação dos Povos Indígenas do Pará (FEPIPA) confirmou ao g1 que a Polícia Federal foi à área e retirou os garimpeiros detidos pelos Kayapós. O Ministério Público Federal pediu medidas imediatas do governo para proteger os indígenas e expulsar os garimpeiros da Terra Baú. Folha, Metrópoles e UOL também repercutiram a situação.
Enquanto isso, a Folha revelou que empresas associadas à logística garimpeira na Terra Yanomami, em Roraima, teriam movimentado mais de R$ 200 milhões nos últimos dois anos. De acordo com a PF, o grupo seria integrado pelo empresário Rodrigo Martins de Mello, que chefia um movimento de garimpeiros no estado e é pré-candidato a um cargo legislativo pelo partido do atual presidente da República. Aeronaves em nome de empresas desse cidadão estariam sendo utilizadas para transporte de pessoas, combustível e equipamentos de garimpo para a Reserva, além da retirada do minério ilegalmente explorado.
Por falar em logística garimpeira, O Globo destacou que a empresa Piquiatuba Táxi Aéreo, suspeita de envolvimento com garimpo ilegal no Pará, foi contratada pela FUNAI no ano passado para realização de transporte aéreo por R$ 500 mil. A empresa teria participação no garimpo do Limão, no norte do estado. Além do contrato com a FUNAI, ela teria firmado acordo com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) do ministério da saúde, durante a pandemia, para transporte de equipes de saúde e medicações, feito sem licitação.
Em tempo: A Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e a Agência Nacional de Mineração, realizaram uma operação na semana passada contra o garimpo ilegal de manganês em terras da União entre os municípios de Curionópolis e Marabá (PA). Cerca de 2,4 mil toneladas do minério foram apreendidas, junto com um britador e duas retroescavadeiras. Os equipamentos foram destruídos e as áreas garimpadas foram interditadas. Estadão e g1 deram mais informações.
*Crédito da imagem destacada:Fotoarena / Folhapress
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