Em Nairóbi, no Quênia, mais de 4,7 mil chefes de Estado, ministros, líderes empresariais, oficiais seniores da ONU e representantes da sociedade civil se reúnem para discutir padrões sustentáveis de produção e consumo.
A Quarta Assembleia da ONU para o Meio Ambiente teve início na segunda-feira e promove debates e lançamentos de pesquisas científicas sobre lixo marinho, economia circular e mudanças climáticas até o final da semana.
- Mais de 4,7 mil pessoas se reúnem para discutir novas políticas, tecnologias e soluções inovadoras para alcançar o consumo e a produção sustentáveis.
- Os resultados do encontro vão definir a agenda global ambiental e impulsionar as chances de sucesso do Acordo de Paris e da Agenda 2030.
- O evento terá a divulgação de novas descobertas científicas sobre o estado do meio ambiente e sobre soluções para os desafios.
Mais de 4,7 mil chefes de Estado, ministros, líderes empresariais, oficiais seniores da ONU e representantes da sociedade civil estão se reunindo em Nairóbi para o encontro do organismo ambiental mais importante do mundo, onde os participantes tomarão decisões que vão colocar as sociedades globais num caminho mais sustentável.
A Quarta Assembleia da ONU para o Meio Ambiente ocorre de 11 a 15 de março com o tema Soluções Inovadoras para os Desafios Ambientais e Consumo e Produção Sustentáveis.
É o maior encontro na breve história da Assembleia, com o número de participantes tendo praticamente dobrado desde o último encontro, em dezembro de 2017. Líderes mundiais de destaque estarão presentes, incluindo os presidentes da França e do Quênia, Emmanuel Macron e Uhuru Kenyatta, além de CEOs de grandes empresas.
São aguardadas decisões e resultados ousados, conforme as delegações negociem noite adentro ao longo de cinco dias. Na mesa de negociações, estão resoluções para pressionar mais incisivamente por padrões sustentáveis de consumo e produção; para comprometer-se com a proteção do meio ambiente marinho contra a poluição plástica; para reduzir o desperdício de alimentos; e para avançar em inovações tecnológicas que combatam as mudanças climáticas e reduzam o uso de recursos e a perda de biodiversidade.
O status da Assembleia como o único organismo da ONU fora da Assembleia Geral onde todos os Estados-membros se reúnem e o poder do evento de unir todos os setores significam que a agenda ambiental global é definida aqui. As decisões têm um impacto profundo nas metas do Acordo de Paris e na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, assim como na agenda geral da ONU e na construção do caminho rumo à Cúpula da ONU sobre Mudança do Clima de 2019.
Às vésperas da reunião, a diretora-executiva interina da ONU Meio Ambiente, Joyce Msuya, fez um apelo às nações para que virem o jogo e comecem a implementar mudanças concretas.
“O tempo está se esgotando. Já se foi o tempo para promessas e politicagem. Já se foi o tempo de compromissos com pouca responsabilização. O que está em jogo é a vida, e a sociedade, como a maioria de nós conhece e usufrui hoje”, escreveu a dirigente numa carta aos Estados-membros.
Conforme delegações chegavam a Nairóbi para a Assembleia, a ONU Meio Ambiente expressou profunda tristeza pela notícia do acidente da Ethiopian Airlines. Nossos pensamentos e orações estão com as famílias dos que foram afetados. Estamos acompanhamento de perto os desdobramentos.
Um relatório de contextualização da ONU Meio Ambiente para a Assembleia, que serve de base para definir problemas e mostrar novas áreas de ação, defende firmemente ações urgentes. O relatório quantifica a perda de serviços ecossistêmicos entre 1995 e 2011 numa estimativa de 4 trilhões a 20 trilhões de dólares; mostra como práticas agrícolas estão colocando cada vez mais pressão sobre o meio ambiente, o que gera um custo estimado de 3 trilhões de dólares por ano; e estima que custos relacionados à poluição cheguem a 4,6 trilhões de dólares por ano.
“Como nunca, a hora de agir é agora”, afirmou o presidente da Assembleia da ONU para o Meio Ambiente e ministro do Meio Ambiente da Estônia, Siim Kiisler. “Sabemos que podemos construir sociedades mais sustentáveis, prósperas e inclusivas, com padrões sustentáveis de consumo e produção que enfrentem nossos desafios ambientais e não deixem ninguém para trás. Mas precisaremos criar as condições propícias para que isso aconteça. E precisaremos fazer as coisas de um jeito diferente.”
A Assembleia também terá o lançamento de novas pesquisas pela ONU Meio Ambiente, incluindo a última edição da única radiografia global e abrangente do meio ambiente: o Panorama Ambiental Global 6, que foi produzido por 252 cientistas e especialistas de mais de 70 países. Já o Panorama Global sobre Recursos, do Painel Internacional sobre Recursos, avalia a extração de materiais, incluindo as perspectivas futuras e recomendações sobre como usar recursos naturais de modo mais sustentável.
“Está claro que precisamos transformar o modo como nossas economias funcionam e o modo como valorizamos as coisas que consumimos”, disse Msuya. “A meta é romper o vínculo entre crescimento e um uso maior de recursos e acabar com a nossa cultura do descarte.”
A Assembleia não trata apenas de resoluções e ciência. Eventos paralelos e exposições dão oportunidade para os presentes de formar parcerias e acordos que beneficiem as pessoas e o meio ambiente.
A Sustainable Innovation Expo funciona como um polo de inovação, com mais de 40 tecnologias e inovações ambientais em exibição.
A Cúpula One Planet — co-organizada pelos governos da França e Quênia e o Banco Mundial — também está sendo realizada paralelamente à Assembleia, com foco nos desafios ambientais da África.
O Fórum da ONU Science-Policy-Business, realizado antes da Assembleia Ambiental da ONU, lançou iniciativas sobre o uso do big data, aprendizado automático de máquinas e startups de tecnologias verdes para resolver grandes problemas ambientais.
(#Envolverde)