Um projeto sustentável no âmbito social e ambiental, no qual todos os integrantes percebem a sua real importância nesse ciclo, esse é o intuito do projeto Plant for the Planet, programa de reflorestamento da AccorHotels feito desde 2009 em parceria com a ONG Nordesta.
A viagem à região da Serra da Canastra permite a inserção dos colaboradores, principais agentes responsáveis, no cenário em que a realização do projeto toma vida e podem ver de perto o resultado frutificador do trabalho exercido no dia a dia dentro dos hotéis.
A economia gerada pela reutilização de toalhas fornece o valor que é convertido em doações para a ONG que encabeça a parte prática de reflorestamento. A cada cinco toalhas reutilizadas, uma nova árvore é plantada. Para que as plantas possam crescer, o elemento principal é um solo fértil. Esse processo se inicia quando as camareiras e os hóspedes se conscientizam e aderem ao projeto.
Esse ano, 29 colaboradores de diversas regiões do país e da América Latina atuaram na recuperação de nascentes do Rio São Francisco, fazendo o plantio de mudas em uma das áreas de recuperação. A região de plantio da Serra da Canastra recebe a contribuição dos hotéis do Uruguai, da Colômbia, da Argentina e do Chile, além dos brasileiros.
Marcela Cerda, Coordenadora de Responsabilidade Social da AccorHotels, destaca a importância da experiência in loco. “Proporcionamos conhecimento para o nosso colaborador para que ele tenha práticas sustentáveis nas suas atividades. E principalmente, porque eles são os únicos que se comunicam com todos os outros públicos. Eles precisam ser os primeiros a serem engajados.”
O frescor das sombras das árvores, o barulho dos galhos espelhados pelo chão que se quebravam sob as solas dos sapatos, alternando com os cantos de passarinhos foi o cenário encontrado pelo grupo em um terreno recuperado em 2013. Com 5 anos do projeto, a floresta ao em torno ocupou o espaço que antes era somente de terra exposta. A expectativa é que dentro de 10 a 15 anos desde o início da recuperação, a cabeceira do rio (afluente do Rio Grande) volte a se formar ali.
Circundados por aquele ambiente, a curiosidade aflorou ainda mais. Diversas perguntas eram feitas para que nenhuma dúvida restasse, as fotos e vídeos eram o registro digital de todo o conhecimento adquirido. Experiências com hóspedes que não contribuem com o projeto, como quando solicitam 5 toalhas em um mesmo dia, foram feitos com o propósito de agregar ainda mais informação. Saíram com grande quantidade de informação e conhecimento e uma enorme vontade de transmitir aos colegas, que permaneceram nas unidades de trabalho, tudo que foi aprendido.
Os frutos do projeto
O início tímido do projeto em 2009 ocorreu devido à dificuldade de conscientização dos produtores rurais. A cultura de máxima exploração prevalecia em relação à consciência de recuperação da nascente. O trabalho da ONG Nordesta foi inicialmente reverter essa mentalidade e explicar a importância das matas ciliares, a mata que esta em volta do curso d’água das nascentes.
Para Claiton Majela, Engenheiro Ambiental da ONG Nordesta, insistir em mostrar o lado positivo foi essencial, mas fatores climáticos foram peças importantes. “Alguns fatores climáticos contribuíram. A escassez sempre é um fator conscientizante. A falta de água na nossa região em 2012/2013 fez com que propriedades grandes ficassem sem água. Muita gente se assustou e percebeu que algo precisava ser feito.”
No primeiro ano 3200 mudas foram plantadas (equivalente a 3 campos de futebol) com o único proprietário que aderiu ao projeto no município de Vargem Bonita, próximo a Cachoeira Casca d’Anta primeira queda d’água do São Francisco, protegendo 2 nascentes. No ano de plantio de 2017-2018 os números são expressivos. 50.000 mudas nativas foram plantadas (equivalente a 26 campos de futebol), adesão de 11 proprietários e 18 nascentes preservadas.
Ao longo dos nove anos do projeto, 580.000 mudas de plantas nativas foram plantadas (equivalente a 442 campos de futebol), 71 produtores rurais foram beneficiados e 241 nascentes protegidas. O projeto Plant for the Planet beneficia diretamente produtores rurais com a recuperação da área e o plantio de mudas, mas também toda a sociedade ao recuperar as nascentes do Rio São Francisco proporcionando água de melhor qualidade e em maior quantidade e mais diversas áreas ao redor do mundo, são 26 áreas de plantio globalmente.
Os colaboradores puderam tornar os números mais expressivos com o plantio de mudas em uma propriedade que começou o processo de recuperação em janeiro desse ano. As mudas distribuídas foram minuciosamente escolhidas e eram de variedades de espécies diferentes, tendo como base um estudo prévio do bioma. A região é marcada pela transição do bioma Cerrado e Mata Atlântica, portanto há locais que recebem plantas típicas do Cerrado e outros da Mata Atlântica.
Poder deixar uma marca positiva no meio ambiente despertou o contentamento das camareiras. Sabendo cada uma qual espécie iria plantar, revolveram a terra com mãos suaves e olhos atentos para que o resultado alcançasse a perfeição. As mudas são cultivadas no viveiro da ONG Nordesta que conta com cerca de 180 espécies e tem capacidade para 500.000 mudas. Com mais de 5 milhões de mudas plantadas globalmente, o projeto visa atingir a marca de 10 milhões 2021. (#Envolverde)