A agenda ambiental está enfraquecendo e atraindo inúmeros oportunistas. Segundo levantamento feito pelo jornal O Globo, 44% dos 513 deputados se declaram integrantes da frente parlamentar ambientalista da Câmara. No entanto, esses deputados não têm a agenda verde como central em seus mandatos. Resultado: a defesa da Amazônia, o combate às mudanças climáticas e à manutenção de áreas protegidas são defendidos pontualmente e quase sempre por membros da oposição. As últimas grandes lutas ambientais travadas no Congresso só ganharam relevância quando impulsionadas por movimentos da sociedade civil, como no caso da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca).
Segundo o ex-deputado Alfredo Sirkis, “praticamente não há mais ambientalistas com capacidade de articulação. Há parlamentares da esquerda com aquela dimensão do protesto e outros, da política tradicional, que apoiam pontualmente, mas essa não é sua prioridade”. Por outro lado, o agronegócio, responsável por estimados 23% do PIB, ganha cada vez mais poder no Legislativo e no Executivo. Marcio Astrini, do Greenpeace, avalia que os “ruralistas ganharam espaço em detrimento do enfraquecimento do executivo que vem ocorrendo desde o governo Dilma. Os ruralistas são numerosos, e hoje tiram e colocam presidentes”.
Mas, apesar dos percalços, bombas foram sendo desmontadas ao longo de 2017, como a liberação do plantio da cana na Amazônia, a redução do tamanho da Floresta Nacional de Jamanxim e a própria Renca. Fonte: Climainfo, O Globo (#Envolverde)