por Júlio Ottoboni, especial para a Envolverde –
As reservas ambientais de dois parques de São José dos Campos foram visitadas no começo dezembro por um grupo de 35 pesquisadores, com o objetivo de avistar exemplares de sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita). Essa espécie ocorre no município e esses primatas vivem no fragmento de cinco mil metros quadrados de mata nativa do Parque Alambari. No Parque Natural Augusto Ruschi já foram identificados pelo menos três grupos familiares com 13 indivíduos.
Os profissionais da área ambiental, a maior formada em biologia e medicina veterinária, vieram de diversas regiões do Brasil, inclusive no grupo havia estrangeiros interessados em observar essa espécie que está sob risco de extinção, na avaliação dos órgãos de conservação.
Callithrix aurita é endêmica da Mata Atlântica do sudeste do Brasil, com distribuição concentrada na Serra do Mar e entorno. Seu nome popular é sagui da serra escuro ou sagui leão preto tamarino. E ainda conhecido como sagui-do- vale-do-paraíba.
Os integrantes do grupo se encontravam no III Workshop sobre Conservação e Manejo de Calitriquídeos (saguis), que ocorreu de 4 a 8 de dezembro em Guarulhos.
O evento é promovido pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pela Durrell Wildlife Conservation Trust, uma organização inglesa dedicada a salvar espécies da extinção.
A visita foi guiada pelo biólogo Wagner Lacerda, pesquisador do Muriqui Instituto de Biodiversidade, que há alguns anos vem monitorando grupos do sagui da serra escuro na região. Ainda houve a colaboração de representantes da Secretaria de Urbanismo e Sustentabilidade e Secretaria de Saúde da prefeitura local e do escritório regional do ICMBio – APA Mananciais do Rio Paraíba do Sul.
ieram para esse contato com o primata estudiosos de Viçosa, Manaus, Rio de Janeiro e do Reino Unido, do zoológico conservacionista Jersey Zoo, mantido pela Durrel Wildlife. A ocorrência e reprodução da espécie em áreas de proteção ambiental do município demonstra a importância dos fragmentos florestais remanescentes para a conservação da biodiversidade na região.
“O intuito da visita a campo foi avistar o aurita em vida livre e conhecer a situação dele em relação a espécies exóticas e híbridas (aquelas que resultam do cruzamento com espécies exóticas), conhecer populações isoladas em pequenos fragmentos como acontece no Parque Alambari, e deste modo discutir estratégias de manejo a longo prazo”, afirmou Lacerda. (#Envolverde)