por Vitor Calandrini, Fauna News –
Ações de traficantes de fauna aumentam nesta época do ano, quando ocorre a reprodução de muitas espécies.
Mais uma primavera se aproxima… Em menos de um mês, teremos nossas florestas mais verdes, mais frutos, flores e, consequentemente, mais animais silvestres se reproduzindo. Isso significa que, novamente, se iniciará a “corrida de gato e rato” da fiscalização ambiental versus os tráfico de fauna em um período em que filhotes e ovos são retirados da natureza com maior intensidade e trazidos para os centros urbanos para serem comercializados como mercadoria.
E no restante do ano, não temos o tráfico de fauna? Sim, é claro que temos, mas é um tráfico diferenciado, geralmente com o comércio mais modesto de animais já adultos ou de procriação ilegal em cativeiro – muito embora algumas espécies possam se reproduzir nas variadas épocas do ano, é entre o fim do inverno e início da primavera que os ninhos começam a ser preparados para a prole que virá.
Significa que é nesse período em que os traficantes começam a mapear os locais onde as aves irão colocar seus ovos e aguardar a “bota” ou até mesmo a “choca” dos ovos para retirarem e comercializarem os animais. Esses locais quase sempre estão em mata fechada e de difícil acesso, dificultando a fiscalização dessa atividade em campo.
Como a fiscalização acontece
Dentre as formas de combate a caça predatória, temos aquelas em que o agente fiscalizador consegue ter uma maior possibilidade de impedir a caça, como aquela realizada com emprego de armadilhas de espera ou até mesmo com o uso de armas. Nesses dois casos, há indícios deixados pelo caçador nas trilhas, como a própria armadilha montada ou até mesmo a posse de armas durante a abordagem policial, facilitando assim a ação da fiscalização e a prisão do infrator.
Mesmo essa sendo uma forma de difícil fiscalização, nessa época se intensificam também as ações de fiscalização nos eixos viários de maior fluxo de veículos. O objetivo é interceptar veículos utilizados no transporte de animais, impedindo que cheguem ao consumidor final e possam ser aumentadas as chances de reintrodução dessas vítimas do tráfico.
Da mesma forma que o crime se prepara para a época de início de reprodução, os agentes de segurança ambiental também se preparam para esse novo ciclo de primavera, visando impedir a caça e intensificar a fiscalização para que o transporte também seja evitado, impedindo assim o fluxo do tráfico de animais.
(Envolverde)