A formatação e criação do mercado de carbono estão no centro dos debates sobre as mudanças climáticas. Com a crescente liderança do Brasil nos diálogos internacionais, acontece em São Paulo, no dia 19 de junho, o Encontro Internacional sobre Precificação de Carbono. Este é o quarto evento da série temática ‘Diálogos Futuro Sustentável’, que nasceu da parceria entre a Embaixada da Alemanha no Brasil com o Instituto Clima e Sociedade (iCS). A iniciativa é uma realização conjunta do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), do Carbon Pricing Leadership Coalition (CPLC) e da Comissão Europeia, e faz parte da Climate Diplomacy Week 2018. O CDP, organização que opera um sistema global de divulgação para que investidores, empresas e governos gerenciem seus impactos ambientais, também participará e apoiará o evento.
O seminário foi estruturado para que líderes empresariais de alto nível dos mais diferentes setores, governo, organizações da sociedade civil e acadêmicos discutam os desafios, oportunidades e custos das estratégias para a precificação de carbono. Será dividido em três painéis temáticos: I) experiências internacionais sobre precificação do carbono; II) experiências no Brasil; e III) perspectivas do setor privado no Brasil. O evento apresentará algumas experiências internacionais de precificação e dialogará com atores nacionais para conhecermos melhor o estado atual e as possibilidades de desenvolvimento da pauta no Brasil. Entre os participantes, estará Venkata Putti, gerente de Programa da Unidade de Clima e Finanças do Carbono do Banco Mundial.
Marina Grossi, representante do setor empresarial brasileiro mais atuante em eventos internacionais de agendas sobre economia de baixo carbono, e integrante do Steering Committe do Carbon Pricing Leadership Coalition (CPLC), uma organização do Banco Mundial, reafirma a importância do Brasil de se estabelecer como um player nesse debate e na construção de soluções.
– Na ausência de instrumentos econômicos, os custos ambientais e socioeconômicos associados às emissões de Gases do Efeito Estuda (GEE) não são captados pelo mercado. Com a precificação de carbono, cria-se uma motivação financeira para que as empresas e os consumidores reduzam suas emissões e para que a mitigação siga a trajetória de menor custo agregado para a economia. Nossa ideia é que a velha economia seja o agende financiador da nova economia que privilegia o baixo carbono – explica a presidente do CEBDS.
Para o coordenador do portfólio de Economia de Baixo Carbono do iCS, Gustavo Pinheiro, a recente crise gerada pelo preço dos combustíveis fósseis demonstra a vulnerabilidade do país aos preços internacionais do petróleo e à taxa de câmbio, e a necessidade de ampliação do uso de fontes energéticas renováveis.
– Preços têm o poder de afetar comportamentos de maneira sistêmica. A precificação do carbono pode influenciar as escolhas de consumidores e produtores em toda a economia – conclui. (#Envolverde)