Data é celebrada globalmente em 19 de junho e conta com o apoio do Projeto Albatroz na América do Sul
Em suas longas viagens pelo oceano em busca de alimento, os albatrozes encontram, na proximidade dos barcos de pesca, uma oportunidade de encontrar moluscos usados como isca para a pescaria de atuns e outros peixes grandes. Muitas vezes, ao tentar comer as iscas, acabam tendo os bicos presos aos anzóis, que afundam e os levam à morte. Para chamar atenção para este problema global, foi criado o Dia Mundial do Albatroz, comemorado em 19 de junho.
Idealizado por representantes do Acordo para a Conservação de Albatrozes e Petréis (ACAP), que conta com a participação da coordenadora geral do Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, o Acordou elegeu “Garantindo pescarias compatíveis com a conservação dos albatrozes” como tema da campanha deste ano, a fim de sensibilizar o público sobre as melhores práticas para conservar albatrozes ao redor do mundo.
O grande número de albatrozes e petréis mortos incidentalmente pela pesca, que gira em torno de 40 mil a cada ano, foi a principal força motriz para a criação do ACAP há duas décadas e abordar este problema de conservação continua a ser uma parte importante do trabalho do Acordo. Um novo grupo para a divulgação do Dia Mundial do Albatroz conta com Jonathon Barrington (Austrália), John Cooper (coordenador de comunicação do ACAP), Verónica López (Chile), Tatiana Neves (Brasil), Stephanie Prince (Reino Unido) e Michelle Risi (África do Sul).
Em apoio ao Dia Mundial do Albatroz, o ACAP destaca uma das 22 espécies de albatrozes a cada ano em seus posters e outras obras de arte. As espécies escolhidas para a edição deste ano são os dois albatrozes mais ameaçados do planeta, ambos categorizados pela IUCN como Criticamente em Perigo (ou seja, enfrentando um risco extremamente alto de extinção na natureza). São eles: o Albatroz-de-Tristão (Diomedea dabbenena), típicos das Ilhas Gough e o Albatroz-de-Galápagos (Phoebastria irrorata), espécie endêmica da região do Equador.
Além dos perigos da interação com várias modalidades de pesca, albatrozes e petréis também são ameaçados pela poluição dos oceanos com plásticos e outros resíduos, mudanças climáticas, redução de disponibilidade de alimento, intervenção humana nos locais de reprodução e invasão de roedores nas ilhas onde cuidam de seus filhotes.
O ACAP e o Projeto Albatroz estão trabalhando em materiais de divulgação para ajudar a aumentar a consciência do público sobre a crise de conservação enfrentada pelos albatrozes e petréis ao redor do mundo, além de ressaltar o esforço global de cientistas e instituições para aproximar espécie das pessoas e sensibilizá-las sobre sobre sua importância. A programação será divulgada posteriormente.
Sobre o ACAP
O Acordo para a Conservação de Albatrozes e Petréis (ACAP) reúne 13 países cujos mares territoriais são utilizados por albatrozes e petréis para a alimentação, migração ou reprodução, principalmente na porção meridional do planeta. Atualmente, também são signatários do acordo: Argentina, Austrália, África do Sul, Chile, Espanha, Equador, França, Nova Zelândia, Noruega, Peru, Reino Unido e Uruguai.
O ACAP tem o intuito de coordenar os esforços dos países envolvidos e estabelecer metas e diretrizes multilaterais para proteger estas aves ao redor do mundo. Em linhas gerais, ele propõe a troca de dados e resultados de pesquisas sobre a ocorrência de albatrozes e petréis nos países participantes, a criação de planos de ajuda mútua entre as nações, além de recomendar práticas e usos de medidas que visem diminuir a captura incidental de aves marinhas. Desde 2008, o ACAP tem a adesão do Brasil, onde estima-se que 4 mil albatrozes e petréis morram pela interação com a pesca todos os anos.
Saiba mais sobre o ACAP no site: https://acap.aq/
Projeto Albatroz
Reduzir a captura incidental de albatrozes e petréis é a principal missão do Projeto Albatroz, que tem o patrocínio da Petrobras. O Projeto é coordenado pelo Instituto Albatroz – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que trabalha em parceria com o Poder Público, empresas pesqueiras e pescadores.
A principal linha de ação do Projeto, nascido no ano de 1990, em Santos (SP), é o desenvolvimento de pesquisas para subsidiar Políticas Públicas e a promoção de ações de Educação Ambiental junto aos pescadores, jovens e às escolas. O resultado deste esforço tem se traduzido na formulação de medidas que protegem as aves, na sensibilização da sociedade quanto à importância da existência dos albatrozes e petréis para o equilíbrio do meio ambiente marinho e no apoio dos pescadores ao uso de medidas para reduzir a captura dessas aves no Brasil.
Atualmente, o Projeto mantém bases nas cidades de Santos (SP), Itajaí e Florianópolis (SC), Itaipava (ES), Rio Grande (RS) e Cabo Frio (RJ).
Mais informações: www.
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