Aulas acontecem na ESCAS/IPÊ em Nazaré Paulista (SP) com o agrônomo Jackson Pontes Vasquez.
Política Pública
Aprenda a produzir alimentos orgânicos
A produção orgânica no Brasil estima crescer até 35% em 2016, segundo dados recentes do projeto Organics Brasil. A expansão desse mercado é bastante positiva do ponto de vista ecológico e social mas, segundo o agrônomo Jackson Pontes Vasquez, o setor só vai cumprir o seu papel socioeconômico e ambiental quando inserir ainda mais o pequeno produtor, o que, segundo ele, só será possível a partir da sua profissionalização e de uma nova relação com o consumidor.
“O mercado é solícito, mas ainda é muito pequeno, ficando num universo de pessoas com maior poder aquisitivo ou que realmente são conscientes da importância do alimento orgânico para o ecossistema. O consumidor quer facilidade para encontrar o produto e, para isso, o produtor precisa estar estruturado desde a produção até a entrega do alimento”, afirma Jackson.
Para apoiar produtores e demais interessados na área, a ESCAS – Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade do IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas) lançou o curso Produção e Comercialização de Orgânicos, que tem Jackson como professor. As inscrições já estão abertas no site www.escas.org.br e as aulas acontecem de 08 a 10 de abril em Nazaré Paulista (a 70 km de São Paulo).
O fortalecimento do setor de orgânicos no Brasil, de acordo com o professor, está baseado especialmente numa nova cultura de consumo, orientada para o bem do planeta e da saúde das pessoas. Segundo ele, o consumidor que entende o benefício dos orgânicos para o equilíbrio do meio ambiente e para a sua própria saúde vai descobrir que o produto vale a pena, e vai passar a demandar ainda mais do mercado. O que pode indicar um bom horizonte no caminho de quem quer empreender no ramo.
“Tanto o produtor que opta pelo orgânico, como o consumidor não retorna mais ao produto convencional (com uso de agrotóxicos). No curso, vamos mostrar alguns caminhos para quem quer investir nesse mercado. Não é fácil, é um setor que dá muito trabalho, mas se você tem a consciência da importância disso para o bem estar humano e da natureza, vai ver que compensa”, diz.
O curso traz aulas teóricas sobre o cultivo de frutas e hortaliças e algumas práticas para viabilizar o seu manejo, além de algumas dicas de comercialização. Acima de tudo, leva a uma discussão sobre a necessidade urgente de mudança do conceito de alimentação, que reduza o impacto sobre o equilíbrio ambiental.
“Consumir alimentos livres de agrotóxicos é cuidar da sua própria saúde e da saúde do planeta em que se vive e do qual dependemos. O cultivo de alimentos é como a saúde da gente. Se estamos equilibrados, a doença vem e passa de forma mais amena, mas se estamos desequilibrados, as doenças aparecem e precisamos de remédio. Esse é o mesmo caso da agricultura. Se o ambiente está em equilíbrio, as doenças podem aparecer, mas naturalmente podem ser tratadas. Agora, em um ambiente em total desequilíbrio como vemos hoje, sem os agentes naturais atuando, o agrotóxico para combater doenças passa a ser regra. É usado em altas doses, prejudicando a saúde ambiental e de toda uma população”, conclui Jackson.
Saiba mais sobre o curso AQUI. (#Envolverde)