Por Neuza Árbocz, de Paris –
“Temos 24 horas para pressionar por um acordo mais significativo”, declararam líderes cientistas, presentes em coletiva realizada nesta sexta-feira, em Paris.
A um dia do final das negociações da COP 21, um painel de cientistas líderes nos estudos sobre mudanças climáticas demonstrou apreensão pelo estágio atual do texto do acordo.
O uso do termo “neutralizar” as emissões, no lugar de “descarbonizar” – ou seja, interromper 100% o uso de combustíveis fósseis, enfraquece a proposta, na visão dos especialistas. Ele pode levar a equívocos como acreditar-se na viabilidade de compensar os danos à atmosfera, mais do que interrompê-los.
Os pesquisadores também apontam que há incongruência entre o objetivo global de contenção da poluição e as metas voluntárias apresentadas até agora pelos países. As metas de curto e longo prazo não batem.
Os estudiosos foram enfáticos em frisar que o compromisso por conter o aumento da temperatura média na Terra em 1,5 ou 2o Celsius precisa resultar em ações práticas e operacionais imediatas e que o maior trabalho começa após o encontro de Paris.
s aspectos positivos são que os líderes governamentais estão ouvindo e respeitando os alertas da Ciência e que há conhecimento para as mudanças necessárias. Se houver uma redução linear de 2% na emissão de poluentes a cada ano, a partir de agora, os cenários mais catastróficos, como o derretimento da camada de gelo da Groelândia, podem ser contidos.
O painel realizado nesta sexta-feira, em Paris, contou com a presença de Hans Joachim Schellnhuber, diretor do Instituto Potsdam for Climate Impact Research (PIK), Johan Rockström, diretor executivo do Stockholm Resilience Centre, Steffen Kallbekken, diretor do CICERO, Centre for International Climate and Energy Policy, Kevin Anderson, diretor delegado do Tyndall Centre for Climate Change Research, Manchester e Joeri Rogelj, pesquisador no Energy Program of the International Institute for Applied Systems Analysis. (#Envolverde)