Conectado à Agenda 2030 da ONU, o Brasil vive, em 2025, um momento de impulsionamento e renovação com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O país segue investindo em políticas públicas focadas na preservação ambiental, combate à fome e redução das desigualdades. No entanto, os desafios permanecem expressivos. Segundo o Relatório Luz 2024, elaborado pelo Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 (GT Agenda 2030), uma coalizão composta por cerca de 47 organizações, apenas 7% dos ODS registraram avanço satisfatório, enquanto 34,5% tiveram progresso considerado insuficiente.
Criados em 2015, os 17 ODS representam uma agenda global para orientar políticas públicas e ações do setor privado rumo a um mundo mais justo, inclusivo e sustentável até 2030. Nos últimos anos, empresas e organizações da sociedade civil vêm desempenhando um papel fundamental nesse movimento, incorporando os ODS às suas estratégias ESG e promovendo mudanças concretas dentro e fora de suas operações.
Instituto Ampara Animal
É nesse contexto que o Instituto Ampara Animal, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) sem fins lucrativos que se tornou uma das maiores referências no Brasil em proteção animal e conservação da biodiversidade, reforça seu compromisso com o avanço da Agenda 2030 no Brasil. Com ampla expertise em projetos de impacto socioambiental, a organização tem atuado em parceria com empresas para desenvolver iniciativas que vão além do lugar-comum quando o assunto é ESG e ODS. “Quando pensamos em ESG e nos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável da ONU, raramente associamos essas pautas à conservação dos biomas e da fauna brasileira, áreas que ainda enfrentam forte negligência, especialmente no que diz respeito à vida selvagem. Ajudamos empresas conscientes a avançarem nessa agenda com uma abordagem que valoriza a conexão entre os ecossistemas e o conceito de saúde única, reconhecendo que o bem-estar animal, humano e ambiental estão interligados”, explica Juliana Camargo, CEO do Instituto Ampara Animal.
Food To Save
Nesse mesmo sentido, a Food To Save, o aplicativo número 1 no combate ao desperdício de alimentos no Brasil, também tem reforçado seu compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Recentemente, a empresa aderiu à Rede Brasil do Pacto Global da ONU, com destaque para o compromisso com a fome zero (ODS 2), cidades e comunidades sustentáveis (ODS 11), consumo e produção responsáveis (ODS 12) e combate às alterações climáticas (ODS 13). A companhia, que também é uma empresa B Certificada, já ajudou a salvar mais de 5,4 mil toneladas de
alimentos que seriam descartados e evitou a emissão de mais de 10 mil toneladas de CO2 na atmosfera. ‘Integrar a Rede Brasil do Pacto Global reforça nosso compromisso com a agenda ESG e com uma transformação real de toda a cadeia de consumo. Estar alinhado aos princípios da ONU é um passo natural para quem acredita que inovação e sustentabilidade precisam andar juntas”, afirma Lucas Infante, CEO e cofundador da startup.
Muda Cultural
A Muda Cultural, empresa que viabiliza iniciativas de impacto para diversas áreas (social, educacional, saúde, cultural, entre outros), tem contribuído para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, especialmente educação de qualidade (ODS 4), redução das desigualdades (ODS 10) e consumo e produção responsáveis (ODS 12). Em 2024, a agência viabilizou 36 patrocínios para iniciativas de impacto social, ambiental e cultural, atuando em áreas como inclusão digital, capacitação profissional, educação financeira, saúde, esporte, sustentabilidade e democratização da arte. Entre os projetos realizados estão o Aprendizes – Digital, que promove formação tecnológica para jovens em situação de vulnerabilidade; Artistas de Rua, que valoriza a diversidade e a produção cultural periférica; e maquie&crie, focado em empreendedorismo criativo. “Nosso propósito é potencializar o impacto positivo das marcas por meio de projetos que transformem realidades, promovam inclusão e ampliem o acesso à cultura e ao conhecimento”, afirma Ítalo Azevedo, sócio-fundador e diretor-geral da Muda Cultural.
Ebem
Para Tatyane Luncah, CEO e fundadora da Ebem – Escola Brasileira de Empreendedorismo Feminino, já é hora de reconhecer o protagonismo das mulheres como força transformadora na agenda da sustentabilidade. “O tema não nasce em grandes corporações. Ele começa nas decisões do dia a dia, como uma empreendedora que escolhe matéria-prima local, evita desperdícios e educa sua comunidade para um consumo mais responsável”. Na visão da executiva, a COP 30 deve ampliar o olhar para as pequenas ações que geram um macro impacto, muitas delas lideradas por mulheres em seus territórios. Atuando nessa direção, a Ebem promove formações e mentorias digitais voltadas à empreendedoras de todo o Brasil, especialmente aquelas à frente de negócios com impacto socioambiental, como moda circular, empreendedorismo familiar, beleza, lifestyle e economia do cuidado.
Connecting Food
Diante dos desafios globais em segurança alimentar e da urgência em reduzir o desperdício, a Connecting Food, primeira foodtech brasileira especializada em inteligência de redistribuição de alimentos em perfeitas condições de consumo para organizações sociais, reforça seu compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A startup atua diretamente no ODS 12 (Consumo e produção responsáveis) e para o ODS 10 (Redução das desigualdades), ao fortalecer redes de apoio social em todo o país. Desde sua fundação, a Foodtech já auxiliou na redistribuição de mais de 18 mil toneladas de alimentos, garantindo o complemento de 33 milhões de refeições para mais de 600 organizações sociais em todo o Brasil. “A COP30 representa uma ótima oportunidade para posicionar o combate ao desperdício de alimentos no centro da agenda global, articulando segurança alimentar, desenvolvimento social e redução dos impactos das mudanças climáticas. É um momento decisivo para apresentar soluções escaláveis e de alto impacto — como os modelos de gestão de redistribuição de alimentos que temos aprimorado há mais de uma década no Brasil”, destaca Priscila Socoloski, CEO da Connecting Food.
Muush
A Muush, startup de biotecnologia 100% brasileira, que transforma os resíduos agroindustriais em biotecidos sustentáveis de micélio, uma alternativa ao couro sintético e ao animal, aposta na bioeconomia circular como aliada para enfrentar a crise climática e impulsionar os ODS. Sua atuação impacta diretamente o ODS 12 (Consumo e produção responsáveis), o ODS 15 (Vida terrestre), ao promover o uso de materiais regenerativos, o ODS 11 (Cidades e comunidades sustentáveis), ao estimular cadeias produtivas mais limpas e resilientes, e o ODS 9 (Indústria, Inovação e Infraestrutura), ao basear todo seu processo industrial em inovações sustentáveis.“Estamos diante de uma mudança urgente e necessária nos processos produtivos. A COP30 reforça esse chamado para acelerarmos a transição para uma economia regenerativa, que transforma resíduos em valor, reduz emissões e gera inovação com impacto positivo”, afirma Antonio Carlos de Francisco, CEO da Muush.
Typcal
Já a Typcal, primeira foodtech da América Latina a trabalhar com fermentação de micélios, com um modelo de negócio baseado em economia circular, também tem contribuído com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A startup transforma resíduos da indústria de alimentos em proteínas de alto valor nutricional, com um processo altamente eficiente, escalável e de baixíssimo impacto ambiental. Sua tecnologia permite reduzir drasticamente a pegada hídrica, as emissões de CO2 e o uso de terras, contribuindo diretamente para os ODS 12 (Consumo e produção responsáveis), ODS 15 (Vida terrestre) e ODS 11 (Cidades e comunidades sustentáveis). “A COP30 nos coloca diante do desafio de acelerar a transição para modelos produtivos mais eficientes e de baixo impacto. A bioeconomia circular é uma estratégia essencial nesse processo, pois permite transformar resíduos em novos recursos, reduzindo emissões e promovendo cadeias mais sustentáveis e regenerativas”, destaca Paulo Ibri, CEO da Typcal.
Prospera
Para Marcelo Freitas, CEO da Prospera, soluções alinhadas à pauta ESG são fundamentais para acelerar a construção de uma economia mais sustentável. Como a primeira Green Loyalty Tech do Brasil, a Prospera desenvolveu um modelo inovador de fidelização, que conecta sustentabilidade, tecnologia e benefícios econômicos. Através do programa Energia Verde, PMES têm acesso à energia renovável, sem necessidade de investimentos em infraestrutura própria. Além disso, os comerciantes podem ampliar os descontos na conta de luz, bem como reduzir a pegada de carbono e acessar experiências exclusivas ao resgatar o Pontos ECOA — moeda digital transacionada na solução. “Essa iniciativa reforça o compromisso da empresa com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, contribuindo diretamente para os ODS 7 (energia limpa e acessível), ODS 12 (consumo e produção responsáveis), ODS 13 (ação contra a mudança global do clima) e ODS 17 (parcerias e meios de implementação), ao criar um ecossistema colaborativo entre empresas, consumidores e o planeta. É um passo importante rumo à transição energética e à construção de uma sociedade mais sustentável”, afirma Marcelo Freitas, CEO da Prospera.