Por Redação do Greenpeace Brasil –
Segundo dados do INPE, os alertas de corte raso identificados pelo DETER de agosto de 2014 a julho de 2015 chegaram a 3.260 Km2, área 107% maior que a registrada no ano anterior.
Seguindo a publicação dos dados do SAD do IMAZON, divulgados na última quinta feira, o Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (INPE) liberou hoje os dados de seu Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real – DETER e os números não são nada animadores: o corte raso (3260 Km2) e a degradação florestal (1708,5 Km2), somados aos alertas não confirmados, totalizam uma destruição de 5.121,92 Km2. Estes são os maiores índices dos últimos seis anos, invertendo a tendência de queda que vinha sendo apontada pelo sistema.
“Sabemos que os sistemas de alertas não representam o total de desmatamento e nem são eficazes para pegar pequenos desmatamentos com menos de 25 hectares e é exatamente isso que preocupa, pois com este aumento de alertas podemos esperar também um crescimento na taxa anual medida pelo Prodes*”, afirma Rômulo Batista, da Campanha da Amazônia do Greenpeace.
Os alertas de desmatamento e degradação acumulados de agosto de 2014 à julho de 2015 superaram em 69% os índices registrados no período anterior, de agosto de 2013 a julho de 2014.
Mais uma vez o estado do Mato Grosso liderou este triste ranking, somando 1.815 Km2, o equivalente a 35% de todos os alertas, seguido de perto pelo Pará que somou 1.535 Km2, com 29,8% do total, e Rondônia com 769 Km2, responsável por 15% dos alertas no período.
Enquanto o desmatamento corre solto na floresta, sem que o governo dê a devida importância para o fato, diversas regiões do país enfrentam uma grave crise hídrica, como os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, que vivem com a iminência de racionamento de água para os próximos meses.
O desmatamento não afeta apenas quem vive na floresta, pelo contrário, seus efeitos já estão sendo sentidos pelo Brasil afora. Ao desmatar as florestas interferimos em um equilíbrio delicado e o planeta todo paga a conta.
“Infelizmente o futuro que se anuncia não é nada bom. Em seus últimos encontros internacionais, com o presidente dos Estados Unidos e a chanceler da Alemanha, o governo brasileiro não apresentou nenhuma ambição, limitando-se apenas a acabar com desmatamento ilegal até 2030”, observa Batista.
Para acabar de vez com a destruição florestal o Brasil precisa fazer o dever de casa, assumindo um compromisso com o Desmatamento Zero e com o futuro. Faça parte do movimento pelo fim do desmatamento no Brasil AGORA, assine pelo Desmatamento Zero.
*Prodes – Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal – é o sistema de monitoramento oficial, medido pelo INPE. Como utiliza outro tipo de satélite, que detecta desmatamentos menores de até 6,25 hectares, o índice é usado para indicar a taxa oficial de desmatamento do Brasil. (Greenpeace Brasil/ #Envolverde)
* Publicado originalmente no site Greenpeace Brasil.