Um amplo movimento envolvendo setores público e privado está mantendo Minas Gerais na vanguarda em geração de energia fotovoltaica no Brasil. Na data de 29 de maio, quando se comemora o Dia Mundial da Energia, o Estado se posiciona como gerador de um quinto da energia solar do país, num patamar de 8 GW de produção atingidos no mês de abril, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Na esfera pública, parte desse protagonismo se deve a ações de estímulo à geração de fontes energéticas limpas e renováveis. No campo privado, setores como o cooperativismo têm feito a diferença ao abraçar a sustentabilidade e promover investimentos para ampliar a participação da energia solar na matriz energética nacional. “As cooperativas estão totalmente engajadas no propósito de contribuir para a redução dos efeitos climáticos que estão provocando tragédias no mundo inteiro. Somos parceiros nisso e temos projetos que são referência em geração de energia limpa e sustentável”, explica o presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato.
A entidade é uma das organizações convidadas a participar dos encontros preparatórios para o “Seminário Técnico sobre Crise Climática e seus Impactos em Minas Gerais”, que será promovido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em agosto, em Belo Horizonte. As reuniões, que já foram realizadas em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha – que em novembro do ano passado registrou a marca de 44,8° C, maior temperatura da história de medições do País –, e em Itajubá, no sul de Minas, acontecerão também em Juiz de Fora, Governador Valadares, Montes Claros, Uberlândia e Unaí. “Fomos convidados devido à nossa experiência e a todo o conhecimento que podemos compartilhar, como o Programa MinasCoop Energia, que temos desenvolvido junto com nossas cooperativas”, afirma o assessor institucional do Sistema Ocemg, Geraldo Magela da Silva. O encontro preparatório de Montes Claros, que ocorrerá no dia 14 de junho, contará com a presença do Superintendente do Sistema Ocemg, Alexandre Gatti, que apresentara o Programa MinasCoop Energia, tendo em vista a construção das pautas que serão discutidas no evento de agosto.
Em Itajubá, a Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé) apresentou seu projeto Minas D’Água, iniciativa pioneira que cuidará da preservação do rio que abastece o município. A coop está recuperando 290 hectares de áreas de preservação permanente.
MinasCoop
O Sistema Ocemg, signatário do Pacto Global, lançou o Programa MinasCoop Energia em 2021. A proposta da entidade era implementar uma ação que tivesse uma abordagem preventiva aos desafios ambientais, mas também buscasse de forma ativa um modo de reduzir os impactos negativos ao meio ambiente e promover a adoção de práticas sustentáveis pelo principal elo de sua cadeia de valor, as cooperativas. Assim, o MinasCoop Energia vem estimulando, ano a ano, um crescimento significativo na geração de energia sustentável nas cooperativas mineiras.
A proposta do programa é incentivar a instalação de usinas fotovoltaicas nas cooperativas e a doação de parte da energia gerada a instituições de assistência social. A iniciativa tem dado resultados, e já conseguiu gerar investimentos de R$ 37,6 milhões para a construção de 68 usinas, por 38 cooperativas mineiras. Juntos, esses empreendimentos produzem 78,8 MGW de energia limpa, dos quais 2,3 milhões de KW/hora são doados anualmente para 53 instituições, beneficiando mais de 4 milhões de pessoas. São 46 cidades contempladas com a instalação das usinas e a geração de 600 empregos diretos. Além disso, 172 novas usinas estão em processo de entrada no programa. Números que, no que depender do caráter inovador do programa – que já foi apresentado na Conferência das Partes sobre Mudanças do Clima (COP26) e já levou o Sistema Ocemg às edições de 2022 (COP27) e 2023 (COP28) desse mesmo evento, como parceiro estratégico do Estado de Minas Gerais no combate às ações climáticas –, só tendem a subir.